Descoberto 1º planeta extrasolar do tipo terrestre !!!!

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APODman
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Descoberto 1º planeta extrasolar do tipo terrestre !!!!

Mensagem por APODman »

Estamos chegando perto ! Muito perto !!

Esta sem dúvida é uma das noticias mais aguardadas na pesquisa por planetas extrasolares.


Cientistas encontram 1º planeta terrestre

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mundo recém-descoberto tem duas vezes o raio da Terra e orbita ao redor de uma estrela a 15 anos-luz daqui

Astrônomos americanos anunciaram ontem a detecção de um astro do tipo terrestre fora do Sistema Solar. É isso mesmo.
A façanha veio do maior grupo de caçadores de planetas do mundo, liderado pelos americanos Geoffrey Marcy e Paul Butler, respectivamente da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Instituição Carnegie de Washington. A descoberta foi feita com a ajuda do Observatório Keck, no Havaí.

O planeta está girando ao redor da estrela Gliese 876, uma anã vermelha (tipo de astro um pouco menor, mas similar ao Sol) localizada na constelação de Aquário, a uns 15 anos-luz de distância -uma verdadeira ninharia, em termos astronômicos (a estrela mais próxima do Sol, por exemplo, está a quatro anos-luz daqui).
A detecção foi feita, como a maioria das descobertas até hoje, a partir do estudo do "bamboleio" que a estrela faz, conforme os planetas que giram ao redor dela puxam-na levemente em sua direção, pela força da gravidade. Foi desse mesmo jeito que dois outros planetas haviam sido descobertos ao redor de Gliese 876, anos atrás. Mas essas descobertas anteriores eram de astros muito parecidos com Júpiter, planetas gigantes gasosos em que a vida, ao menos nas formas que existem na Terra, não pode florescer.
O terceiro planeta detectado ao redor da anã vermelha, no entanto, é de outro tipo. Com cerca de duas vezes o diâmetro da Terra e aproximadamente 7,5 vezes mais maciço, ele entra na categoria dos chamados planetas terrestres -o que quer dizer que têm um chão rochoso e uma dinâmica geológica similar à da Terra. Mas não necessariamente são habitáveis.

O astro recém-descoberto, por exemplo, é tudo, menos hospitaleiro. Ele tem uma órbita muito pequena em torno de sua estrela, com uns 2% do diâmetro da órbita terrestre ao redor do Sol. Em outras palavras, ele está sempre muito colado à estrela. A temperatura superficial nesse planeta, segundo estimam os cientistas, varia de 200 a 400 graus Celsius durante o dia. Ele consegue completar uma volta inteira ao redor da estrela -um ano local- em menos de dois dias terrestres.

Com seu tamanho, ele não pode ser um gigante gasoso. Em compensação, no Sistema Solar, não há nenhum planeta terrestre com esse porte. O maior por aqui é a Terra, com quase o mesmo tamanho de Vênus. Marte e Mercúrio, os outros dois "terrestres" locais, são ainda menores. Sua órbita curta também em nada lembra as dos planetas ao redor do Sol.
"Esse é o menor planeta extra-solar já detectado e o primeiro de uma nova classe de planetas terrestres", disse Paul Butler. "É como um primo maior da Terra."

A busca por iguais
"Por que todos os sistemas descobertos teimam em ser tão diferentes do nosso?", diz Cássio Leandro Barbosa, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, astrônomo não envolvido no achado. "Dois planetas do porte de Júpiter e um rochoso com período de dois dias? Começo a crer que os outros sistemas são os normais, o nosso é que é esquisito."
A busca por planetas extra-solares tem por objetivo justamente entender o quanto o Sistema Solar e a Terra são raros no Universo. Embora esse novo achado enfatize as diferenças entre os membros solares e os mais de 150 planetas já detectados em outras estrelas, Marcy e Butler têm a expectativa de reverter esse quadro.
O grupo continuará trabalhando para identificar planetas em distâncias mais palatáveis da estrela, na chamada zona habitável, onde água em estado líquido possa ser estável na superfície.
"Nós continuamos empurrando os limites do que podemos detectar, e estamos chegando mais e mais perto de encontrar Terras", disse Steven Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, também membro do grupo.

De fato, até essa descoberta, os menores planetas detectáveis eram do porte de Urano e Netuno. A partir de agora, está aberta a temporada de caça aos mundos rochosos. E a corrida deve esquentar mesmo depois de 2006. "Com as técnicas atuais, não se consegue ainda detectar um planeta rochoso na zona habitável", diz Eduardo Janot Pacheco, astrônomo do IAG da USP. "Por essa razão é que estamos esperando com ansiedade o Corot e o Kepler", respectivamente satélites europeu (com participação brasileira) e americano que farão detecção de planetas nessas condições, a partir de 2006 e 2008.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienci ... 200501.htm


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Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

Imagem


Esta concepção artística do novo planeta mostra um mundo quente, rochoso e geologicamente ativo.
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Latorre
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Re: Descoberto 1º planeta extrasolar do tipo terrestre !!!!

Mensagem por Latorre »

:shock:
Bom... muito grande, muito rapido, muito quente. Diz q eh o 3o planeta ao redor da estrela, mas nao dah a distancia... Qdo gigante-vermelha, o sistema estah chegando ao fim, certo? A tendencia da temperatura seria diminuir? (nao me lembro muito bem). Neste caso, a temperatura do planeta tende a diminuir... para quem sabe daih alguns milhoes de anos, abrigar um oceano... para quem sabe... ahm... deixa pra lah, jah viajei demais :roll: :oops:

...como serah o 4o e 5o vizinhos??? :shock: :shock:
APODman escreveu:"Por que todos os sistemas descobertos teimam em ser tão diferentes do nosso?"
...pois eh... Resta saber se essa diferença, em toda sua extensao, eh ponto indispensavel ao surgimento de vida...
NÃO HÁ DEUS. NEM DESTINO. NEM LIMITE.Imagem SEM FÉ, SOU LIVRE.
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fah
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Mensagem por fah »

infelizmente agente se prende na questao da temperatura :?
existe algo q sobrevive a isso? (so por curiosidade)..
inteligente foi o homem que inventou deus (platão)
APODman
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Mensagem por APODman »

Esta é uma descoberta incrível, não só foi o primeiro planeta com dimensões e constituição similar a Terra ( um planeta rochoso ) como ele faz parte de um sistema planetário com mais dois planetas gigantes gasosos que já haviam sido determinados anteriormente orbitando a estrela Gliese 876 ( ao centro da imagem ):

Imagem

Apesar de que Gliese 876 ser uma estrela fria por ser uma anã vermelha o planeta descoberto está muito próximo a estrela, cerca de 10x mais próximo do que Mercúrio, o que faz que em sua superficie atinja temperatuas de 200 <sup>o</sup>C.

Mas o fato deste planeta estar internamente a dois planetas gigantes do tipo de Jupiter é muito promissor pois antes considerava-se que planetas das dimensões de como Jupiter deveriam se formar em órbitas mais externas e então por interações gravitacionais diversas migrariam para órbitas mais internas do sistema como, observado em Gliese 876, lançando como bolas de gude para todos os lados todos os planetas mais internos que estivessem se formando o que, obviamente, impediria a formação completa de planetas do tipo terrestre neste sistemas planetários.

Mas o sistema de Gliese 876 mostra que talvez planetas telúricos possam se formar em tempo hábil antes da migração destes gigantes o que eleva bastante a possibilidade de quem em cada sistema estelar tenhamos alguns planetas rochosos e talvez alguns consigam se reestabilizar em órbitas que permitam que atmosfera se forme e temperaturas mais baixas permitam a água em estado líquido.

Mais o melhor de tudo isto é que mais uma váriavel da Equação de Drake começa a ser definida com mais precisão.

Aguardemos as missões da ESA e NASA para a detecção de planetas terrestres que serão lançadas em alguns anos, estas sim trarão novidades fantásticas.

Mais info sobre esta descoberta em:
- http://www.nature.com/news/2005/050613/ ... 613-2.html
- http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap980626.html

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APODman
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Mensagem por APODman »

fah escreveu:infelizmente agente se prende na questao da temperatura :?
existe algo q sobrevive a isso? (so por curiosidade)..
Algumas extremófilas na Terra vivem próximas as bocas de ventas hidrotérmicas submarinas em temperaturas de até 150oC. A temperatura que aceita-se seja o limite para a vida é exatemente este, acima disto o DNA degrada-se.

Podemos especular se alguma espécie de ser vivo conseguiria adaptar-se a temperaturas mais altas coma evolução concedendoi alguma forma de proteção do material genético.

Isto se espécies alienígenas possuem DNA como material gênico.

Mais em:

Extreme Environments on Earth: Analogs for Exobiology
- http://www.astro.washington.edu/astrobio/extreme.html


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APODman
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Re: Descoberto 1º planeta extrasolar do tipo terrestre !!!!

Mensagem por APODman »

Gustavo Latorre escreveu:
APODman escreveu:"Por que todos os sistemas descobertos teimam em ser tão diferentes do nosso?"
...pois eh... Resta saber se essa diferença, em toda sua extensao, eh ponto indispensavel ao surgimento de vida...

Uma representação artística do sistema de Gliese 876 ( a posição do novo planeta está na caixa em destaque):

Imagem
fonte: http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap050614.html


Quantoa questão do astrônomo Sagan já conjecturava que possíveis sitemas planetários seriam muito distintos do nosso em sua maioria, afinal o Universo não é planejado e a conformação dos planetas em suas órbitas obedecem diversas conjunturas que são dramáticas e muito sensíveis no turbulento início de qualquer sistema solar no ambiente caótico das nuvens protoplanetárias.

Mas ainda estamos no começo da pesquisa e sondamos indiretamente apenas algumas estrelas em nossa vizinhança mais próxima devido as limitações das técnicas utilizadas.

Não faz muito tempo um astronônomo proclamou que não existiram planetas das dimensões da terra em torno de outras estrelas apenas gigantes gasosos pois até alí apenas este tipo de corpos planetários haviam sido descobertos. A afirmação dele não pode ser definida nem como precipitada, mas como burra mesmo.


Com os novos telescópios espacias destinados a busca de sistemas planetários decerto nossos modelos de sistemas solares ampliará tremendamente e abaixo vemos que temos ainda um longo trabalho até conhecer todas as possibilidades:

Imagem
( clique na imagem para vê-la ampliada)

fonte: http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap050605.html

:wink:


Mais em:

The Lowest Mass Exoplanet
- http://exoplanets.org/gl876_web/gl876_graphics.html


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Latorre
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Mensagem por Latorre »

APODman escreveu:Apesar de que Gliese 876 ser uma estrela fria por ser uma anã vermelha o planeta descoberto está muito próximo a estrela, cerca de 10x mais próximo do que Mercúrio, o que faz que em sua superficie atinja temperatuas de 200 graus C.

(...)talvez planetas telúricos possam se formar em tempo hábil antes da migração destes gigantes o que eleva bastante a possibilidade de quem em cada sistema estelar tenhamos alguns planetas rochosos e talvez alguns consigam se reestabilizar em órbitas que permitam que atmosfera se forme e temperaturas mais baixas permitam a água em estado líquido.
Mas tal proximidade da estrela, nao faria a atraçao gravitacional suficientemente grande para impossibilitar a "deposiçao" de uma atmosfera naquele planeta?
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Gustavo Latorre escreveu:
APODman escreveu:Apesar de que Gliese 876 ser uma estrela fria por ser uma anã vermelha o planeta descoberto está muito próximo a estrela, cerca de 10x mais próximo do que Mercúrio, o que faz que em sua superficie atinja temperatuas de 200 graus C.

(...)talvez planetas telúricos possam se formar em tempo hábil antes da migração destes gigantes o que eleva bastante a possibilidade de quem em cada sistema estelar tenhamos alguns planetas rochosos e talvez alguns consigam se reestabilizar em órbitas que permitam que atmosfera se forme e temperaturas mais baixas permitam a água em estado líquido.
Mas tal proximidade da estrela, nao faria a atraçao gravitacional suficientemente grande para impossibilitar a "deposiçao" de uma atmosfera naquele planeta?

Os modelos atuais de formação planetária preveem que o vento solar de estrelas muito jovens varreriam os gases das regiões interiores das nebulosas protoplanetárias.

O resultado é o que observariamos em nosso sistema solar, gigantes gasosos externamente ( pois os gases naquelas regiões não sofreriam tanto a varredura pelo vento solar e portanto os planetas teriam tempo de captra estes gases e crescerem) e os planetas rochosos interiores.

A atmosfera planetária de mundos como o nosso seriam provenientes do bombardeio meteorítico e cometário, ou seja nossa atmosfera primitiva seria em sua maior parte o resultado das emissões dos gases dos meteoritos e cometas que bombardearam o planeta e o formaram.

Mas a manutenção da atmosfera é outro problema, e não apenas a gravidade atua se o planeta não possuir um campo magnético forte o suficiente a atmosfera fica diretamente exposata ao vento solar que vagarosamente a arrasta para longe. Algo similar deve ter acontecido com Marte por exemplo e só não ocorre com noso planeta devido ao noss campo magnético que impede o processo de forma intensiva e devastadora.

Um planeta 10x mais próximo do Sol do que Mercúrio , apesar de ser 6x mais massivo do que a Terra deve sofrer forte influência do vento solar ( isto se não possuir um campo magnético forte o suficiente )da estrela apesar desta ser uma anã vermelha e por isto se possui uma atmosfera talvez esta seja rarefeita e sem muita altitude .

Além disso deve-se ter em consideração que o maior aquecimento da atmosfera faz com que as moléculas dos gases tomem maior energia cinética, se esta supera a velocidade de escape do planeta este tb pode ser um fator contra a presença de uma atmosfera consideravel .


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Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

O que é uma Anã Vermelha?

Menor estrela da seqüência principal e provavelmente o tipo mais comum de estrela. Os astrônomos acreditam que 80% de todas as estrelas sejam anãs vermelhas.

As anãs vermelhas possuem a superfície fria (de acordo com os padrões siderais) e, como fundem seu combustível nuclear vagarosamente, elas brilham durante 50 bilhões de anos. Devido a seu pequeno tamanho e baixa temperatura (2.000 a 3.000 K), sua luminosidade corresponde a apenas 5% a 0,01% da do Sol. Em conseqüência os astrônomos só conseguem ver as anãs vermelhas que estão a até 100 anos-luz de distância.
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