O Triângulo do Diabo

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Euzébio
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O Triângulo do Diabo

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Triângulo das Bermudas

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Coube a Vincent H. Gaddis cunhar a expressão abrangente que passaria à cultura popular, ao dar o título de "O Mortífero Triângulo das Bermudas" ao artigo publicado na edição de fevereiro de 1964 da Argosy. O Triângulo das Bermudas teve seu primeiro registro em um despacho da Associated Press de 16 de setembro de 1950, no qual o repórter E.V.W.Jones noticiou o que caracterizou como "misteriosos desaparecimentos de navios e aviões entre o litoral da Flórida e as Bermudas". M.K.Jessup tratou dessas mesmas histórias em The Case for the UFO ( A Defesa dos OVNI ), livro de sua autoria publicado em 1955, onde sugere que a responsabilidade pelo incidente cabia a inteligências alienígenas, que teriam capturado os aviões com uma gigantesca nave-mãe, ponto de vista defendido também por outros autores junto à expeculações como: quarta-dimensão, aberrações do espaço-tempo, anomalias magnéticas extraordinárias... Logo, quase todos os livros populares de "mistérios da vida real" passaram a incluir sessões sobre o Triângulo das Bermudas ou "Triângulo do Diabo" ou ainda "Mar do Azar".

Boletins meteorológicos, relatórios de órgãos oficiais de investigação, notícias de jornal e outros documentos indicavam que a literatura do Triângulo agira levianamente no que dizia respeito às provas. Por exemplo, os mares calmos na literatura transformavam-se em temporais furiosos na realidade; desaparecimentos misteriosos tornavam-se afundamentos e acidentes de causas convencionais, os destroços de navios "dos quais nunca mais se teve notícia" viraram "encontrados há muito tempo".

Em carta de 4 de abril de 1975 escrita para Mary Margaret Fuller, editora da Fate, um porta-voz da Lloyd's de Londres escreveu: "Segundo os registros da Lloyd's, 428 navios foram dados como desaparecidos em todo o mundo desde 1955 e talvez lhe interesse saber que nosso serviço de inteligência não encontrou provas que corrobem a alegação de que há mais perdas no "Triângulo das Bermudas" do que em qualquer outro lugar. Esta descoberta é acompanhada pela Guarda Costeira dos EUA, cujos registros computadorizados dos incidentes no Atlântico remontam a 1958."

Apesar de noticiado ocasionalmente nos tablóides vendidos em supermercados, o outrora famoso Triângulo das Bermudas hoje sobrevive como nota-de-rodapé nas histórias dos modismos e sensações passageiras. Em meados da década de 1970, outro dúbio "mistério", que dizia respeito a mutilações de gado supostamente enigmáticas, ocupou seu lugar no imaginário popular.

Vôo 19 - um caso para ser analisado à parte. Sua história está no filme: Close Encounters of the Third Kind ( Contatos Imediatos de Terceiro Grau ), de Steven Spilberg, 1977, no qual a tripulação do Vôo 19 volta para a Terra em um OVNI.

Vôo 19


De todos os "desaparecimentos misteriosos"associados ao Triângulo das Bermudas, o mais famoso é o Vôo 19.


Às 2h10 da tarde de 5 de dezembro de 1945, cinco torpedeiros-bombardeiros Avenger decolaram da Base Aero-Naval de Fort Lauderdale, Flórida, e rumaram para o leste. O Vôo 19 consistia de 14 homens, todos alunos dos últimos estágios de instrução, à exceção do Comandante, Tenente Charles Taylor. Os cinco pilotos tinham sido transferidos recentemente da Base Aero-Naval de Miami.

O objetivo do exercício era ensaiar um bombardeio nas Ilhas Rasas de Hens e Chicken a 90 Km da base e, terminada a missão, os Avengers deveriam seguir 110 Km para o leste e 115 Km para o norte. Depois tomariam o oeste-sudoeste e voltariam para a base, perfazendo os 190 Km restante. Em suma, fariam uma rota triangular no que seria chamado o Triângulo das Bermudas.

Às 3h40 da tarde, o piloto e instrutor de vôo, Tenente Robert Cox, quando estava em vias de pousar em Fort Lauderdale, ouviu uma transmissão radiofônica dirigida à Edward Powers, capitão dos Fusileiros Navais, que respondeu: "Não sei onde estamos, acho que nos perdemos depois da última viragem". Fort Lauderdale tentou estabelecer contato com Powers, mas sem resposta imediata. Minutos depois, Cox estabeleceu contato com Taylor, o piloto que falara com Powers. O piloto era o tenente Taylor, que disse à Cox que as bússolas não estavam funcionando, "tenho certeza de que as Ilhas Rasas são aqui, mas...não sei voltar para Fort Lauderdale". Cox mandou-o ir para o norte, na direção de Miami, "já que você está nas Ilhas Rasas".

Mas Taylor não estava nas Ilhas Rasas, e sim nas Bahamas, se fosse para o norte iria afastar-se ainda mais para o oceano. As tentativas de Cox e dos demais, no sentido de determinar a localização do Vôo 19, estavam prejudicadas pela péssima comunicação. Taylor, a certa altura, recebeu ordens de passar o controle do vôo para um dos alunos, mas aparentemente não o fez. A conversa entre eles e os demais pilotos do Vôo 19, que fora ouvida, revelava um certo desentendimento. Pouco depois das 4h30 da tarde, Taylor enviou mensagem radiofônica ao Serviço de Embarcações do Porto de Everglades, uma unidade de socorro aero-naval perto de Fort Lauderdale, perguntando:"Vocês acham, como o meu aluno, que nós deveríamos rumar para oeste àquela altura, estaria a salvo.

Às 4h45 da tarde, Taylor disse que os Avengers iam para o norte-nordeste, de passagem, e dali tomariam o rumo norte "para nos certificarmos de que não estamos no Golfo do México". Àquela altura o pessoal em terra já estava muito preocupado, pois estava claro que Taylor não estava perdido só temporariamente, como acontece a qualquer piloto, mas que ele não fazia idéia de onde estava. Com a aproximação do pôr-do-sol, a interferência atmosférica nos sinais de rádio aumentou. Em meio à estática, ouviram-se dois pilotos aprendizes reclamando que "se tomássemos o rumo oeste, já teríamos chegado". Mas foram para o norte e depois viraram levemente para o leste, durante alguns minutos. Às 5h15, Taylor chamou o Porto de Everglades: "Estamos rumando para o oeste". E, dirigindo-se aos companheiros, disse que deveriam permanecer unidos, quando o combustível de um deles acabasse, todos desceriam juntos.

O sol se pôs às 5h29. Como o mau tempo se aproximasse, vindo do norte, a situação ficava ainda mais premente. Mas ninguém sabia o paradeiro do Vôo 19. Por volta das 6h00, a recepção melhorou por um breve período. Taylor recebeu ordem de mudar para 3.000 quilociclos, a freqüência de emergência, mas não o fez temeroso de que eles e os demais aviões ficassem sem comunicação. Infelizmente, a interferência das rádios comerciais cubanas e a impossibilidade de as demais emissoras litorâneas traduzirem o sinal de treinamento de Fort Lauderdale isolaram o Vôo 19 do resto do mundo.

Minutos antes, às 5h50, o Centro da ComGulf de Avaliação da Orla pensara ter detectado a posição aproximada do vôo, a leste da Praia de New Smyrna, Flórida, e mais ao norte das Bahamas. Às 6h04, Taylor foi ouvido dando ordens aos demais para "virar e voltar para leste". Dois minutos depois, ele repetiu a ordem, explicando: "Acho que teremos mais chances de sermos detectados". Ele ainda pensava que estivesse sobre o Golfo.

Até então nenhum avião de socorro saíra porque a posição não fora transmitida a todas as partes interessadas, muito menos para Taylor e seus companheiros, até que, finalmente, um hidroplano Dumbo, da base de hidroplanos em Dinner Key, saiu de Miami para o rumo nordeste às 6h20, numa tentativa cega para restabelecer contato. O Dumbo logo perdeu contato com o litoral, e houve quem temesse que também ele estivesse perdido. Mas o problema era gelo na antena, e o Dumbo prosseguiu sua busca vã.

Na hora seguinte outros aviões juntaram-se a ele, inclusive dois Martin Marines: "Quando chegamos à posição 5h50 do Vôo 19, por volta das 8h15, o teto era aproximadamente de 240 a 360m. Chovia ocasionalmente. O ar estava muito turbulento e o mar também. Tivemos que usar os instrumentos manuais a noite inteira, embora a espuma das ondas estivesse visível".

Entrementes, o 49 não cumpria o encontro programado e não respondia aos chamados radiofônicos. Às 7h50, a tripulação do SS Gaines Mill avistou um imenso lençol de fogo, era um avião que explodia. Minutos depois, o navio atravessou uma poça enorme de óleo mas, na busca que fez, não encontrou sobreviventes, vivos ou mortos. Chegou a ver alguns destroços, mas os tripulantes sequer tentaram reavê-los por causa da turbulência das águas. As condições atmosféricas pioraram rapidamente.

A esquadrilha do Vôo 19 àquela altura já estava sem combustível, e fora dada como desaparecida. A última transmissão de Taylor fora ouvida às 7h04. A busca prosseguira durante a noite, mais lenta por causa da turbulência do ar e do mar. No dia seguinte, centenas de aviões e navios foram procurar em alto-mar, mas não encontraram vestígios dos Avengers e do Mariner desaparecidos. Não foram encontrados na ocasião, nem depois...

Em 3 de abril de 1946, no encerramento da intensa investigação desse desastre aéreo tão divulgado, a Marinha declarou que "a falsa certeza do comandante da esquadrilha quando identificou algumas ilhas como sendo as Ilhas Rasas da Flórida, prejudicaram suas decisões posteriores e confundiram seu raciocínio...Ele ordenara que a esquadrilha fosse para leste...apesar de, sem dúvida alguma, estar a leste da Flórida". A mãe e a tia de Taylor recusaram-se a aceitar esse veredito e a Marinha constitui uma comissão para rever o caso. A comissão, em agosto, anunciou que estava de acordo com a conclusão original. As duas, furiosas, contrataram um advogado e marcaram audiência para o mês de outubro vindouro. Em 19 de novembro, a Comissão de Correção dos Registros Navais retirou o veredito original e atribuiu oficialmente o desastre a "causas e motivos desconhecidos".

O destino do Mariner parece relativamente claro. Os Mariners eram conhecidos como "bombas de gás voadoras", capazes de serem detonadas mesmo por um pequeno objeto, como um cigarro aceso ou uma fagulha elétrica. Quanto aos Avengers, não havia dúvida, para todas as autoridades que investigaram o caso, de que as ondas de 15m que rasgavam a tona deviam tê-los triturado e lançado ao fundo todos os destroços, em questão de segundos.

Em 1985, ao lembrar o evento, Willard Stoll, que comandara o Vôo 18 meia hora antes do vôo de Taylor, observou:"O que será que aconteceu com o Charlie? Bem, não era à toa que aqueles aviões eram chamados 'Pássaros de Ferro'. Vazios, pesavam 6.300 quilos, e por isso, quando afundavam, iam rapidamente para o fundo. Mas o Titanic foi encontrado e talvez um dia ele o seja também, junto com os demais. Onde quer que estejam, estão todos juntos".


Os Mistérios do Triângulo das Bermudas


Evitado por aviadores experientes e desprezado por pilotos céticos, a zona foi pouco estudada. Um dos que notaram seus fenômenos de modo científico foi o professor Wayne Moshejian, físico da Universidade de Longwood, Virgínia. Observou que, a partir de 1975, satélites da órbita polar ANOA ( Administração Nacional de Oceanografia e Atmosfera ), a uma altitude de 1500km, apresentavam defeitos apenas quando se situavam sobre a região das Bermudas. O prof. Wayne crê que haja algum tipo de energia externa sob a água ou um enorme campo magnético que apaga as fitas magnéticas nas quais as imagens são registradas, mas que por causa misteriosa, tal energia não interfere no padrão orbital do satélite.

Defeitos nos instrumentos são comuns na superfície marítima do Triângulo, situado no Caribe, antigamente batizado de Mar dos Sargaços devido à quantidade de algas e entulho submarino; pilotos de pequenas e grandes embarcações, assim como os de aeronaves comerciais falam de freqüentes mudanças de navegação por bússolas desorientadas, a ponto de isto ter se tornado uma piada entre profissionais: um piloto começa a suar frio manejando os botões enquanto o co-piloto lhe diz: "Sabia que estamos no Triângulo da Bermudas?" - O comandante interrompe: "Não posso me preocupar com isso agora, nossa bússola se descontrolou!".

Piada ou não, de 1800 a 1976 foram computadas pesadas perdas de aviões e navios na área e que não deixam rastros ou sobreviventes: 143 sumiram sem deixar traços de óleo, destroços ou corpos flutuando. Relatos de testemunhas alarmadas ou gravações de comandantes prestes a morrer nos revelam cenas de pesadelo:

Um Cessna 172 é literalmente caçado por uma "núvem", com perda do piloto;

Um avião da Eastern Airlines sofreu perda de altitude, aterrizando em outro local, não programado. Os passageiros verificaram que seus relógios pararam na hora da sacudida, sendo que a fuselagem estava quase derretida por hipotético jato de calor;

Um membro da tripulação do Queen Elisabeth II vê um avião em rota de colisão com seu navio, mas aquele desaparece no mar como se este se abrisse para ele;

Uma grande "Lua Nascente" emerge do oceano, sendo observada pelo pessoal da USS Josephus Daniels, destróier; o navio é forçado a mudar de curso e o diário de bordo é apreendido no porto;


Alguns oficiais e comandantes afirmam que sentem uma sensação de estranheza e que a visão do mar os engana, fazendo crer que não há terra sob a nave, que o aspecto do oceano muda de cor, que não distinguem o horizonte, ou seja, não observam a habitual linha divisória entre o mar e o céu, mas sim um nevoeiro esbranquiçado ou mesmo verde.

Outro mistério, aparentemente sem ligação com o Caribe, é o desaparecimento da família Gerard Gilbert do iate Luny, encontrado à deriva a trinta milhas da praia de Almofala, Ceará; a embarcação vazia de tripulantes, vagava repleta de objetos de valor em seu interior, o que descarta a ação de piratas. O diário de bordo dava como última localização do Luny a ilha de Cabo Verde, Atlântico, em 3 de Dezembro de 1993, sendo o Iate encontrado em 16 de Janeiro de 1994. O Triângulo maldito, na verdade um trapézio, vai da Flórida a Porto Rico, local de forte presença ufológica, e de Bermuda até Flórida novamente. Existem mais onze regiões no mundo, onde a gravitação e o magnetismo fazem das suas, alterando o espaço e o tempo: entre Marrocos e Algéria, Planalo do Irã, Pacífico Norte, Polo Norte e o Mar do Diabo (Japão-Filipinas); ao sul temos Ilhas Caledônias, no mar Índico temos a região entre

Madagascar e Moçambique, Ilhas Tubudi no Pacífico Sul, Ilha de Páscoa e a nossa ensolarada Cabo Frio... além do Polo Sul, claro.

Pequenos submarinos de pesquisa (leia-se espionagem) encontram, vez por outra, uns animaizinhos estranhos que os paleontologistas distraídos supõem terem sido extintos: os Plessiosauros. Acidentes mais prosaicos são motivados, na região, entre embarcações e baleias e até enormes cargueiros que atropelam barcos menores. Existem ainda as proverbiais e violentíssimas tempestades com redemoínhos gigantescos, que podem engolir um barco de médio porte. Mas quando se trata de aviões, a coisa se complica, embora os erros de leitura, de direção, do piloto, do mau tempo repentino custem vidas. Por essa razão, estudos feitos reservadamente pelo exército americano sugerem aos pilotos que contornem a área o mais possível, se bem que aeronaves comerciais e navios a cruzam sem nada relatar. Firmas particulares e multinacionais conhecidas demonstram interesse no local e no Atlântico norte (Açores), mas nada divulgam sobre suas pesquisas.


Até hoje, as hipóteses variam sobre o desaparecimento de tantos veículos:


Acidentes técnicos, erro humano, tempestades repentinas, choques com animais marinhos, vulcanismo submarino (Anel de Fogo), anomalias magnéticas, síndrome do pânico na população sem motivo aparente, bolhas d’água que se elevam e tragam tudo o que estiver ao redor, OVNIs e OSNIs, ação de piratas, ação de rede de tráfico de drogas e contrabando, empresas particulares ou governamentais que sequestram tonelagem para fins escusos, armadilhas de tempo em que os pilotos não identificam o local e as condições, abalroamentos não declarados entre duas embarcações e mais...

Seja qual for o motivo, a região merece acurada análise de organismos internacionais independentes e científicos, capazes de resolver o mistério; enquanto o assunto estiver nas mãos de uns poucos, mortes e prejuízos continuarão a acontecer, preço muito alto a pagar pelo afã de lucros ou por totalitária intervenção extraterrestre. Devemos evitar o descaso ou criminosa omissão.

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Bibliografia:

. CLARK, Jerome. Enciclopédia do Inexplicável, Makron Gold, 1993.

. RANDI, James. An Encyclopedia of Claims, Frauds, and Hoaxes of the Occult and Supernatural, St. Martin's Press, 1995.

. GUILEY, Rosemary Ellen. Harper's Encyclopedia of Mystical & Paranormal Experience, Harper Collins, 1991.





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Aviões desaparecidos

Navios perdidos ou encontrados abandonados


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Ad Honorem Extraterrestris