Na periferia gelada.

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cientista
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Na periferia gelada.

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1-Núcleo rochoso;
2-Manto gelado e
3-córtex.

No final do século XIX já havia suspeitas de que existiria um planeta além de Netuno e muitos pesquisadores estavam dispostos a encontrá-lo, entre eles o astrônomo americano Percival Lowell (1855-1916) que construiu seu próprio observatório astronômico. E foi em março de 1930 que um de seus auxiliares, o jovem Clyde William Tombaugh (1906-1997), descobriu Plutão.

Como acontece com o nome dos demais planetas, Plutão (ou Hades) vem da Mitologia grega: ele é o senhor dos infernos, local para onde iam as almas dos mortais. Mas há quem acredite que não foi mero acaso as duas primeiras letras coincidirem com as iniciais de Percival Lowell, que falecera anos antes da descoberta.

Composição e atmosfera

Segundo o modelo proposto, baseado nos valores medidos de densidade, raio e período de rotação e ainda levando em conta as substâncias presentes àquelas distâncias do Sol, Plutão tem um núcleo rochoso de silicatos, sobre o qual existiria um manto de gelo e material orgânico e uma superfície recoberta de água, metano, nitrogênio e óxido de carbono congelados.

O principal elemento na atmosfera de Plutão pode ser o nitrogênio. A pressão atmosférica, assim como outros aspectos físicos desse planeta, lembram os valores encontrados para Tritão, a maior lua de Netuno. Notáveis variações de brilho (albedo) foram detectadas pelo Telescópio Espacial Hubble.

Curiosidades
• Estima-se que a temperatura na superfície de Plutão atinja os inconcebíveis 230°C negativos. Frio o bastante para que sua própria atmosfera congele, reaparecendo somente quando o planeta atinge o periélio, o ponto de maior aproximação com o Sol, que ocorre aos 4,42 bilhões de km do astro-rei.

• O único satélite deste planeta, Caronte, tem uma massa que corresponde a somente 1/8 da massa de Plutão (a maioria é milhares ou milhões de vezes menor). Essa é a maior relação entre a massa de um planeta e seu satélite, seguido pelo sistema Terra-Lua, com 1/81.

• A origem de Plutão e Caronte é controversa. Há hipóteses que os apontam como satélites desgarrados de Netuno, ou que teriam vindo da região externa do Sistema Solar, o chamado Cinturão de Kuiper.

• Plutão é o único planeta do Sistema Solar que ainda não recebeu a visita de uma sonda espacial. E a primeira, Pluto-Kuiper Express, está ameaçada.

• Se as medidas estiverem corretas, o período de rotação de Caronte coincide com a rotação de Plutão: um caso único no Sistema Solar. Caronte seria um satélite natural geoestacionário de Plutão.

• A órbita de Plutão é uma elipse tão alongada que, durante certos períodos, ele fica mais perto do Sol do que Netuno, perdendo o trono de planeta mais distante. Foi assim de 1979 até janeiro de 1999.

Dados físicos e orbitais de Plutão
Distância do Sol Diâmetro Rotação Translação Massa Gravidade1
5,9 × 109 km 2.320 km 6 dias 9 h 248 anos 1,32 × 1022 kg 0,39 m/s2

Velocidade orbital Inclinação da órbita Inclinação do eixo Densidade média Velocidade de escape Excentricidade orbital
4,7 km/s 17º 120º 2,05 g/cm³ ? 0,250

Achatamento Pressão atmosférica Campo magnético Albedo Temperatura1 Satélites
? 0,003 atm ? 0,4% -230ºC 1
1 Valor médio, na superfície.

Dados comparativos Plutão - Terra
Distância ao Sol Diâmetro Massa Volume Gravidade Campo magnético
39,53 0,18 0,002 0,012 0,04 ?
• Para cada valor, Terra=1.

Satélite Caronte
Distância ao centro
de Plutão Diâmetro Massa Excentricidade
orbital Mag.* Albedo
19.405 km 1.172 km 1,65 × 1021 kg 0,00 16 0,3%
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