
Sobre Nam Madol, falta-nos a data da origem desse complexo e ninguém sabe quem foram os seus construtores. Isto é fato. Segundo dados históricos, em 1595, quando o navegador português Pedro Fernandes de Queirós lá chegou, já a encontrou em ruínas.
Então eu pergunto: por que, em uma época qualquer, pessoas quaisquer se deram ao trabalho insano de levar uns 400.000 gigantescos blocos de basalto, do litoral norte da ilha de Pônape, onde foi extraído basalto para colunas, até essa ilhota perdida? já que era preciso construir "templos", por que não foram construídos em local mais próximo do da extração?
Até hoje existe um muro de 860 m de comprimento e que passa de 14 m de altura em sua parte mais elevada. Sem dúvida, o preparo desses blocos de 3 a 9 metros de comprimento e que pesam até mais de dez toneladas, deve ter sido dificílimo; porém, muito mais difícil ainda, deve ter sido o seu transporte através da selva inóspita, mesmo para um exército de trabalhadores com físico avantajado.
Blocos de 3 a 9 metros de comprimento e de mais de dez toneladas (500.000 a 750.000 toneladas no total) transportados em barcos como este?

E mais: se, em jornada ininterrupta de trabalho, de 24 horas diárias, quatro blocos por dia fossem extraídos, preparados e transportados do litoral norte para Nan Madol, com cada um pesando algumas toneladas, teriam sido necessários 296 anos para completar esse serviço insano.
Em todas as épocas, a ilhota ofereceu espaço para o movimento de apenas poucas pessoas; de onde, então, vieram os enormes exércitos de operários, indispensáveis à execução daquelas obras?
Nan Madol não é uma cidade "bonita"; sua arquitetura é sóbria e utilitária, lá não há nada da ostentação generosa de outras obras erguidas na região dos Mares do Sul. Deve ter sido uma praça forte.
Os insulanos dos Mares do Sul não teriam tido condições de executar suas construções subterrâneas, portanto, o que nos resta é um dos muitos enigmas indecifrados ao redor do nosso velho globo terrestre...