Extinção do Permiano-Triássico

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Extinção do Permiano-Triássico

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Extinção do Permiano-Triássico

Muitas são as dúvidas em relação ao que ocorreu há 250 milhões de anos no que se refere á extinção permiana.

Cerca de quase toda a vida no planeta foi extinta (90% da vida marinha e 70% da vida terrestre), o que distoa dos estimados 80%, quando se trata da mera queda de asteróide gigante. O risco da Terra se tornar um planeta morto foi grande.

Segundo os cientistas, houve uma grande ação vulcânica na região da atual Sibéria, cujas quantidades de lava derramadas e gases tóxicos lançados na atmosfera causaram um efeito estufa muito grande que mudou a bioquímica dos oceanos e da atmosfera, eliminando quase toda a vida no planeta.

Para outros foi um impacto de um corpo celeste ou na região da atual Austrália (em Bedout) ou na Antártica.

Mas, de acordo com as evidencias e estudos, não poderiam ter ocorrido eventos simultâneos, tudo deseencadeado pelo impacto de dois corpos celestes, um na Antártica, que retornando no passado (Continente de Pangea e Oceâno de Pantalassa) resulta no ponto antípoda da sibéria e outro na região de Bedout?

Segundo pesquisadores, estes eventos possibilitaram a evolução dos dinossauros, que reinaram na Terra por 170 milhões de anos.


A PESQUISA DE LUANN BECKER


A Dra. Luann Becker, pesquisadora geoquímica da Universidade da Califórnia, tem liderado uma pesquisa em busca de traços de impactos de asteróides. A pesquisa se iniciou na região de Sudbury no Canadá, a qual parece ter sofrido com um impacto entre 1,8 e 2 bilhões de anos atrás.

A presença de irídio espalhado pela cratera de 250 Km de diâmetro e 35 Km de profundidade sugerem um corpo celeste de aproximadamente 19 Km de diâmetro.


Até então não existiam provas conclusivas de tamanho poder de penetração dos meteoritos na crosta superior. O geólogo Prof. James Mungall disse que no Complexo Ígneo de Sudbury foi descoberta pela primeira vez uma evidência clara do fenômeno bem como da movimentação de material do fundo da crosta para a superfície do planeta.

Com a ajuda dos pesquisadores Jacob Hanley e Doreen Ames, o geólogo concluiu que o complexo é predominantemente derivado de rochas derretidas que migraram da crosta inferior por causa da colisão.

A Bacia de Sudbury é a segunda cratera de impacto mais antiga do mundo e é também uma das mais acessíveis e melhor preservada para estudos. A mais antiga é a Cratera Vredefort na África do Sul, datada em 2 bilhões de anos.

De acordo com a pesquisadora Luann Becker, as rochas apresentam sinais claros de impacto, como torções e forma piramidal pontuda (aqui).


Também, pelo fato do referido corpo celeste ter revirado a crosta terrestre no local, há a presença de uma grande mina de cobre e níquel, sendo que estes metais foram trazidos das profundezas da terra devido ao impacto.

Luann Becker e Robert Poreda, físico da Universidade de Rochester em Nova York, também descobriram a presença de fulerenos (uma quarta forma alotrópica de carbono - carvão, grafite e diamante) nas rochas canadenses.

A maior cratera até então encontrada é a de Vredefort, situada na província sul-africana de Free State. Até há pouco os cientistas acreditavam que esta cratera era uma relíquia vulcânica do passado.Uma equipe de geólogos da Universidade de Witwatersland está estudando-a a fundo e já têm um veredito: a cratera de Vredefort foi causada por um gigantesco choque cósmico há 2,1 bilhões de anos.

EXTINÇÃO PERMIANA

O período permiano ocorreu entre 286 a 245 milhões de anos, foi o último período da era paleozóica.

A separação entre o paleozóico e o mesozóico ocorreu no fim do permiano na grande extinção maciça a maior registrada na história da vida da Terra. Esta extinção afetou muitos grupos de organismos em ambientes variados, porém, afetou as ecologia marinha com mais intensidade, causando a extinção da maioria dos invertebrados marinhos do paleozóico.


Alguns grupos sobreviveram a extinção maciça permiana em números extremamente diminuídos, porem nunca mais alcançaram outra vez o domínio ecológico que tiveram. Na terra, uma extinção relativamente menor dos diapsídeos e dos sinapsídeos mudou a maneira de domínio das espécies, dando origem no triássico a idade dos dinossauros.

As florestas gigantes de pteridofitas deram espaço as florestas de gimnospermas em definitivo. As coníferas modernas aparecem primeiro no registro fóssil do permiano.

A geografia global da época indica que o movimento das placas tectônicas tinha produzido o supercontinente conhecido como Pangea (somente Ásia era quebrada ao norte naquele tempo o resto do mundo estava concentrado na pangea).

O continente de Pangea começava no pólo norte e ia até o pólo sul. A maior parte da superfície da terra foi ocupada por um único oceano conhecido como Panthalassa, e um mar menor ao leste de Pangea conhecido como mar de Tethys.

Os modelos indicam que as regiões interiores deste continente vasto eram provavelmente áridas. Há indicações que o clima da terra mudou naquele tempo, e que as glaciações diminuíram, quando o interior do continente se tornou mais seco.

Quanto as causas da extinção permo-triássica, as controvérsias surgem em torno do vulcanismo e do impacto de asteróide.

Todavia, ambos os eventos podem estar relacionados.

Conforme os estudos de Mark Boslow, físico de impacto do Sandia Natural Laboratories (Universidade de Minessotta), a ligação dos eventos queda de asteróide e vulcanismo pode ter origem no "efeito contra-golpe".

Modelos computadorizados sugerem que, quando da queda de um corpo celeste, surge um foco de energia no lado oposto ao impacto, denominado "foco antipodal".

Tal deslocamento de energia poderia provocar o intenso vulcanismo no lado oposto ao impacto, formando um "ponto quente" que se trata de um depósito de magma próximo à crosta terrestre. O ponto não se move, mas a placa sobre o magma se move.

Nos pontos quentes o magma tem origem em câmaras não móveis, diferentemente dos vulcões comuns que se formam pelo encontro de placas tectônicas, cujas rochas derretem e são expelidas na forma de magma, originando os vulcões.

Nas ilhas havaianas há a formação de um ponto quente, uma vez que a cadeia de ilhas tem se formado por meio de atividade vulcânica, sendo que a placa sobre o magma se desloca, o que dá a característica de uma cadeia de ilhas.

Os pontos quentes podem ser um indício de impacto de asteróide, mas, como no caso das ilhas havaianas, não há como saber onde se encontra sua cratéra de impacto.

A Teoria Antipodal de Boslow foi confirmada pelo modelo criado no super-computador Red Storm da NASA, capaz de realizar 41, 5 trilhões de cálculos por segundo. A simulação de uma queda de asteróide deslocou um intenso fluxo de energia para o local oposto ao impacto na esfera.

No caso da simulação conforme as dimensões do planeta Terra, uma hora e meia após o impacto, a energia, que viaja sob forma de onda a cerca de 13,5mil Km /h, chega ao ponto antípoda, criando um ponto quente, o que culminaria em intenso vulcanismo.

AS EVIDÊNCIAS DO IMPACTO DE ASTERÓIDE
Luann Becker e sua equipe encontraram um grande número de evidências em uma cratera com cerca de 200 quilômetros de diâmetro na costa noroeste da Austrália em Bedout que data de há 250 milhões de anos, o que sugere um asteróide com cerca de 11 Km de diâmetro.

Segundo eles, as descobertas se encaixam com a extinção em massa que teria ocorrido no fim do Permiano, quando o mundo era formada por uma grande massa de terra conhecida como Pangea e um superoceano chamado Pantalassa.
Entre as pistas descobertas estão diversas amostras de quartzo modificado por um forte choque. "Pouquíssimas circunstâncias terrestres têm a possibilidade de desfigurar o quartzo dessa forma, mesmo as elevadas temperaturas e pressões encontradas nas profundezas do planeta", disse Luann em comunicado da UCSB.

O estudo se tornou possível quando a cientista norte-americana soube que empresas petrolíferas haviam perfurado a região nas décadas de 70 e 80, expondo seu interior.


A cratera está associada a um período de extremo vulcanismo e à quebra da Pangea. "Acreditamos que extinções em massa podem ter sido definidas por catástrofes, como impactos de meteoros e vulcanismo, ocorridas num mesmo período", disse Becker.

Porém há controvérsias, pois segundo outros cientistas, a cratera de Bedout pode ser uma falha oceânica resultante de atividade vulcânica, além de resultar em um ponto antípoda há 10 mil Km de distãncia da Sibéria, onde ocorrera o intenso vulcanismo.

Mas Becker argumenta em torno da presença de montículos no centro da cratera denominados de mascon, formado por um lançamento secundário de escombros, após a queda do asteróide, em linha vertical ao centro da cratera.

Em experiência realizada pelo Laboratório de Mineápolis, o mascon formado no midelo coincidiu com o montículo presente nos mapas gravimétricos do acidente geológico encontrado em Bedout.

Segundo Ralph von Frese, da Universidade Estadual de Ohio, o evento que causou a extinção permo-triássica ocorreu na Terra de Wilkes,ao sul da Austrália, no continente Antártico.

Ele e Laramie Potts chefiaram a equipe responsável pela descoberta. Seus resultados preliminares foram apresentados na Assembléia da União Geofísica Americana. A cratera, de 450 km, está escondida a mais de dois quilômetros de profundidade, sob o gelo da Antártida. As medições de gravidade que revelam sua presença indicam que pode ter 250 milhões de anos - o período da extinção Permiano-Triássica.

Os cientistas usaram flutuações de gravidade medidas pelos satélites Grace, da Nasa, para checar o que existe debaixo da superfície gelada da Antártida, e descobriram um "tampão" de material do manto - a camada da Terra que fica abaixo da crosta - com 300 km de diâmetro.

Essas concentrações de massa, ou "mascons", são o equivalente planetário de um galo na cabeça. Elas se formam quando grandes objetos colidem com a superfície de um planeta. No impacto, o material mais denso do manto se eleva, num rebote, e colide com a crosta acima.

Ao sobrepor a imagem de gravidade com imagens de radar do solo sob o gelo, os cientistas encontraram a mascon centrado com perfeição numa ravina circular de 450 km - uma cratera.


Van Freese também alega ser este ponto o antípoda da Sibéria onde ocorrera o intenso vulcanismo à época da extinção permo-triássica, bem como ser a crosta terrestre nessa região mais fina que o usual, o que sugere um forte impacto de asteróide com cerca de 40 Km de diâmetro.


Todavia não há confirmações da descoberta devido ao fato da cratera estar sob 2 Km de gelo.

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eDDy
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