Os Cosmonautas Perdidos

Poucos temas são tão polêmicos quanto a suposta manutenção sob sigilo de informações envolvendo fenômenos ufológicos por parte do Estado, em todo o mundo. Mas o que realmente seria verdade, e o que não passaria de pura especulação?

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Euzébio
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Os Cosmonautas Perdidos

Mensagem por Euzébio »

Acusações de conspiração ao programa espacial soviético
Os Cosmonautas Perdidos, ou Fantasmas, são cosmonautas que alega-se terem entrado em órbita, mas cuja existência nunca foi reconhecida pelas autoridades soviéticas e nem pelas russas.

Os proponentes da teoria dos Cosmonautas Perdidos concedem que Yuri Gagarin foi o primeiro homem a sobreviver a uma viagem espacial, mas reivindicam que a União Soviética tentou lançar dois ou mais vôos espaciais tripulados antes do de Gagarin, e que ao menos dois cosmonautas morreram na tentativa. Outro cosmonauta, Vladimir Ilyushin, acredita-se que tenha aterrissado fora do curso e foi capturado pelo governo chinês. O governo soviético supostamente suprimiu esta informação, para se prevenir da má publicidade durante a Guerra Fria.

Enquanto há alguma evidencia para suportar estas afirmações, muito dela será disputada. Mesmo com o acesso ao material e às memórias publicadas do arquivo soviético dos pioneiros espaciais russos, nenhuma forte evidência tem emergido. Alguns argumentam que aquelas gravações continuam sendo mantidas confidencial, ou foram destruídas completamente. James Oberg, que pesquisou os desastres relacionados ao programa espacial da União Soviética, não encontrou evidências destes Cosmonautas Perdidos. Entretanto muita da informação agora disponível, devido ao colapso da União Soviética, apareceu após Oberg concluir sua pesquisa.

Supostos incidentes no espaço
Um artigo publicado na versão em inglês do Pravda em abril de 2001, 40 anos após a órbita bem sucedida de Gagarin, deu alguns detalhes sobre os três cosmonautas considerados perdidos em missões anteriores.

• Final de 1957, Aleksei Ledovsky
Em dezembro de 1959, um "alto comunista tcheco" deixou escapar informações sobre alguns supostos lançamentos espaciais não-oficiais. Aleksei Ledovsky foi mencionado como sendo lançado a bordo de um foguete R-5A convertido.

• Fevereiro de 1958, Serenti Shiborin
O pioneiro nas teorias espaciais Hermann Oberth reivindicou em 1959 que um piloto foi morto num vôo balístico sub-orbital de Kapustin Yar no início de 1958. Ele nunca providenciou uma fonte para a estória. Em dezembro de 1959, a agência italiana Continentale de notícias relatou que uma série de mortes de cosmonautas em vôos sub-orbitais foram reveladas por um alto comunista tcheco. Entre estes estava Serenti Shiborin, dito ter perecido em 1958. Nunca nenhuma outra evidencia de vôos sub-orbitais soviéticos tripulados veio à luz.

• Janeiro de 1959, Andrei Mitkov
Em dezembro de 1959, um "alto comunista tcheco" deixou escapar informações sobre alguns supostos lançamentos espaciais não-oficiais, e Andrei Mitkov foi, como Ledovsky, mencionado como sendo lançado a bordo de um foguete R-5A convertido.

• 1959, Mirya Gromova
Em dezembro de 1959, novamente um "alto comunista tcheco" deixou escapar informações sobre alguns supostos lançamentos espaciais não-oficiais, incluindo o de Mirya Gromova, uma mulher que supostamente pilotou "algum tipo de 'aeronave espacial' até o esquecimento', para nunca mais ser vista ou ouvida novamente. Se a estória de Gromova é real, sua nave muito provavelmente se desintegrou quando reentrava de um vôo sub-orbital. A 'aeronave espacial' bem poderia ser um veículo de treinamento cosmonauta, pretendido para operações a altas altitudes.

• 15 de maio de 1960, Pessoa desconhecida
Robert A. Heinlein escreveu em 1960, em seu artigo "'Pravda' significa 'Verdade'", que em 15 de maio de 1960, enquanto viajava na União Soviética, em Vilnius (distante dos sítios de lançamento dos foguetes soviéticos), cadetes do Exército Vermelho disseram-lhe que a URSS havia posto um homem em órbita naquele dia, mas isto mais tarde no mesmo dia foi negado pelos oficiais e que nenhum exemplar do jornal nacional Pravda pode ser encontrado em Vilnius ou, segundo informações recebidas, em outras cidades soviéticas.

Heinlein escreveu que havia um lançamento orbital, mais tarde disse ser não-tripulado, naquele dia, mas que os retrofoguetes haviam sido disparados enquanto o veículo estava em altitude incorreta, tornando fracassados os esforços de recuperação.

De acordo com a biografia de Gagarin estes rumores foram provavelmente iniciados como um resultado de duas missões Vostok, equipadas com manequins e gravações de vozes humanas, para verificar se o radio funcionava, isto foi feito antes do vôo de Gagarin.

De acordo com o Catálogo Central NSSDC da Nasa, em 15 de maio de 1960, o Sputnik 4 com "uma cabine biológica auto-sustentável com um manequim masculino" foi lançado.

• 27 de Setembro de 1960, Ivan Kachur
Uma edição de 1959 do Ogonyok carregou imagens de três homens, Piotr Dolgov, Ivan Kachur e Alexis Graciov(?), testando equipamentos para grande altitude. Kachur é conhecido por ter desaparecido por volta desta época; seu nome ficou ligado a este equipamento.

• 11 de outubro de 1960, Piotr Dolgov
Piotr Dolgov era coronel da Força Aérea Soviética.

Através dos anos houve falsos relatórios de que Dolgov foi morto em 11 de outubro de 1960, num vôo acidentado da nave Vostok. Este vôo deve ter ocorrido seis meses antes do histórico vôo da Vostok 1 de Yuri Gagarin em 12 de abril de 1961. Estes relatórios deve ter feito de Dolgov um cosmonauta fantasma, um dos poucos cuja identidade está documentada, embora ele não fizesse parte do time de cosmonautas.

Oficialmente ele foi morto em 1 de novembro de 1962, enquanto realizava um salto de pára-quedas de grande altitude da gôndola de um balão Volga. Dolgov saltou de uma altitude de 28.640 metros. O visor do capacete da vestimenta espacial Sokol de Dolgov chocou-se com a gôndola quando ele saltou, despressurizando a vestimenta, causando sua morte.

• ?? dezembro de 1960, Alexis Graciov

• 1960-1961, V. Zavadovsky
No final de 1959, Ogonyok carregou imagens de um certo 'Comrade V. Zavadovsky' testando equipamentos de grande altitude (talvez com Graciov e outros) Zbadovsky apareceria mais tarde em listas de 'cosmonautas mortos', sem uma data de morte ou descrição do acidente.

No entanto, numa conferência americana em 23 de fevereiro de 1962, o Col.Barney Oldfield revelou que uma cabine espacial orbitava a Terra desde 1960, conforme ela tinha afundado em seu foguete propulsor. Korabl Sputnik 1, como era conhecida, era um protótipo dos posteriores lançadores tripulados Zenit e Vostok. A TDU a bordo havia ordenado os retrofoguetes para disparar, mas em vez disso houve uma falha e ela fez o contrário – pondo a nave numa órbita superior. A cápsula de reentrada estava aparentemente sem nem mesmo um escudo térmico. A União Soviética reivindicou que a cápsula não era tripulada.

• 1961, Ludmila e Nikolay (Anatoly) Tokovy?
Supostamente um casal - Ludmila Tokovy e Nikolay Tokovy ou Anatoly Tokovy.

A Agência TASS mais tarde noticiou que um satélite não-tripulado aproximadamente do tamanho de um ônibus londrino tinha sido lançado, mas que havia desintegrado durante a reentrada.

As Gravações de Torre Bert
Não obstante a existência de Nikolay ou Anatoly Tokovy, a estação de escuta de Torre Bert, no norte da Itália, reivindicou ter captado uma transmissão de uma voz feminina, parecendo confusa e assustada enquanto sua nave começou a se partir durante a reentrada. Presumivelmente a voz era de Ludmila, embora ninguém saiba por que ou como este nome tenha sido associado à voz na fita.

• 2 de fevereiro de 1961, Gennady Mikhailov
Citado como o primeiro humano em órbita, Gennady Mikhailov pode ter morrido em órbita devido a um colapso cardíaco. Este rumor deve ter sido derivado de relatos da imprensa italiana e francesa, que diziam que o Sputnik 7 (lançado em 4 de fevereiro, e não no dia 2) era uma missão tripulada. De acordo com a agência de notícias TASS, era uma sonda para Vênus que falhou. Acredita-se que seja esta a fonte da gravação de Torre Bert.

• 24 de fevereiro de 1961, Casal Desconhecido
Haviam relatos de um casal lançado no dia 17 a bordo de uma nave 'Lunik' em órbita terrestre, relatando 'Tudo está satisfatório, estamos orbitando a Terra' em intervalos regulares.

No dia 24, havia algumas transmissões verbais truncadas sobre algo que o casal podia ver o lado de fora da nave, e deviam urgentemente comunicar à Terra. O que aconteceu não ficou claro, mas a comunicação se perdeu. Por volta da mesma hora, a estação de escuta de Torre Bert aparentemente captou um sinal de SOS de uma nave no espaço. Conforme o sinal foi ficando mais fraco, assumiu-se que o que quer que fosse a nave, desapareceu no espaço sideral.

• 23 de março de 1961, Valentin Bondarenko
Um dos incidentes que alimenta as histórias dos "cosmonautas perdidos" é a morte de Valentin Bondarenko. Um membro do programa cosmonauta original, Bondarenko morreu num acidente para treinamento em solo, quando uma câmara de oxigênio altamente pressurizada em que se encontrava se incendiou em 23 de março de 1961. ele foi apagado das imagens oficiais soviéticas e dos materiais descritivos do programa cosmonauta, apontando de todas as maneiras especulativas sobre ele e outros cosmonautas cujas histórias eram pouco conhecidas. A verdadeira natureza de seu acidente não foi revelado até os anos 80.

• 7 de abril de 1961, Vladimir Ilyushin
Vladimir Ilyushin, filho do projetista soviético de aeronaves Sergey Ilyushin, era um piloto soviético e alega-se tenha sido o primeiro cosmonauta que foi ao espaço em 7 de abril de 1961 – uma honra geralmente atribuída a Yuri Gagarin em 12 de abril do mesmo ano.

As teorias que cercam este suposto vôo orbital dizem que uma falha a bordo da nave fez com que os controladores baixassem a cápsula várias órbitas antes do previsto, resultando em sua aterrissagem na República Popular da China. O piloto foi então preso por autoridades chinesas por um ano antes de ser devolvido à União Soviética. O embaraço internacional que poderia resultar deste incidente é citado como o motivo soviético para não publicar o vôo, em vez disso focalizar seus esforços publicitários no subseqüente e bem sucedido vôo de Yuri Gagarin.

No entanto, há motivos para desacreditar desta alegação. Embora ambos fossem governos comunistas, as relações entre a União Soviética e a China estavam abaladas. O valor da propaganda de um piloto soviético capturado voando sobre o território chinês daria poucos motivos para as autoridades chinesas cooperar num acobertamento. Também, " baixar a cápsula várias órbitas antes do previsto" não faz sentido, considerando que a missão implicava uma única órbita.

Esta teoria originou-se em 10 de abril de 1961, com Dennis Ogden, o correspondente em Moscou do jornal britânico comunista Daily Worker, e estava atualmente baseada no tratamento médico e cura, na China, de Ilyushin. De acordo com varias fontes soviéticas incluindo-se o artigo no "Pravda" datado de 11 de julho de 2005, embora Ilyushin fosse um famoso piloto de testes, ele nunca esteve envolvido no programa espacial. Em 5 de junho de 1960 suas pernas foram seriamente feridas num acidente de carro, e ele se submeteu a um tratamento medico por um ano em Moscou, então foi enviado a Hangzou, China, para reabilitação por especialistas em medicina oriental. Esta explicação foi também confirmada pelo desertor soviético Leonid Vladimirov, um engenheiro que tinha contatos pessoais com Ilyushin em 1960, em seu livro "The Russian Space Bluff" (O Blefe Espacial Russo), publicado em Frankfurt em 1973.

Foi emprestada alguma credibilidade à teoria em 1999, num documentário sobre o assunto intitulado Cosmonaut Cover-up (Acobertamento Cosmonauta). Entrevistado em inglês, Sergei Khrushchev, filho do ex-líder soviético Nikita Khrushchev, disse que era verdade e que Vladimir Ilyushin esteve preso na China por mais de um ano como um "convidado" da República Popular da China. Ele foi mais tarde devolvido para a União Soviética, mas então a lenda de Gagarin estava lançada e o bizarro incidente fora acobertado. O motivo principal da encenação foi para não permitir da Ocidente perceber o cisma entre a China e a URSS.

O próprio Vladimir Ilyushin que atualmente vive na Rússia, jamais confirmou esta teoria.

• Novembro de 1962, Alexis Belokoniov
Alexis Belokoniov é segundo as informações recebidas um dos três cosmonautas (dois homens e uma mulher) a bordo de um vôo em novembro. A Torre Bert na Itália alegou ter captado um frenético conjunto de mensagens retransmitidas pelos três ocupantes. 'As condições estão piorando por que vocês não respondem?... Estamos indo cada vez mais lentos... o mundo jamais saberá sobre nós.'

• 1966
Fontes de espionagem ocidental dizem que ao menos três missões não-reveladas falharam na segunda metade dos anos 60, incluindo um lançamento múltiplo em 1966.

Embustes confirmados
Um numero de reivindicações foram confirmadas como sendo embustes:

Igor Fedrov
Uma lenda urbana americana de 1998 assegurava que durante a queda da União Soviética, um de seus cosmonautas ficou encalhado na estação espacial Mir. A balsa espacial Soyuz tinha uma capacidade nominal de sustentação à vida de 180 dias. Problemas financeiros e técnicos, relacionados às incertezas políticas, atrasaram o lançamento de uma tripulação substituta.

Muitas vezes a nave Soyuz permaneceu acoplada à estação, em órbita, por mais tempo que os seis meses relacionados. Toda vez que isto acontecia, especialistas declaravam em noticiários televisivos que a tripulação estava 'encalhada'. Aconteceu primeiro com o vôo da Soyuz TM-15 em 1992.

Esta lenda se tornou a base para o curta-metragem norueguês 'Kosmonaut', dirigido por Stefan Faldbakken. O filme criou uma sensação no Festival de Filmes de Veneza em 2001 e contou com considerável exatidão técnica a estória do cosmonauta fictício Igor Fedrov. Em resumo: numa longa missão a bordo da nave Soyuz, Fedrov está incapacitado de contatar o controle de terra durante o período caótico após a derrota de Gorbachev em 1991. Encalhado em sua cápsula Soyuz, incapaz de receber instruções ou de atualizar seu sistema de orientação, seu suprimento de suporte à vida encolhendo, ele finalmente tenta uma reentrada manualmente guiada e morre na tentativa.

Ivan Istochnikov
Oficialmente a Soyuz 2 era uma 'nave não-tripulada' que foi o alvo de acoplagem para a Soyuz 3. No entanto, Mike Arena, um jornalista americano, descobriu em 1993 que Ivan Istochnikov e seu cão Kloka eram os tripulantes da Soyuz 2, e desapareceram em 26 de outubro de 1968, com sinais deterem sido atingidos por um meteorito. Eles foram 'apagados' da história pelas autoridades soviéticas, que não podiam tolerar este tipo de falha.

A estória inteira foi um hoax perpetrado por Joan Fontcuberta, um 'exercício de arte moderna' que incluiu 'artefatos' de missões falsificados, varias imagens digitalmente manipuladas, e biografias imensamente detalhadas que foram despejadas repletas de erros históricos e técnicos. A amostra foi realizada em Madri em 1997 e no Museu Nacional de Arte Catalã, em 1998. A Universidade Brown depois comprou vários artigos, e os pôs em exposição.

A revista mexicana Luna Comea no entanto, não observa isto, e lança a edição número 14 (janeiro/abril de 1998) com fotos, e uma estória explicando a trágica e não revelada verdade.

O nome Ivan Istochnikov traduzido do russo para o português fica "João da Fonte"

Em 11 de junho de 2006, Cuarto Milenio, um programa de mistérios apresentado por Iker Jiménez na TV espanhóis Canal Cuatro, apresentou a estória como possivelmente verdadeira.

Andrei Mikoyan
Andrei Mikoyan segundo as informações recebidas foi morto junto com um segundo membro da tripulação numa tentativa de alcançar a lua à frente dos estadunidenses no começo do ano de 1969. Devido a um mal funcionamento eles não conseguiram entrar em órbita lunar e foram lançados para além da lua.

A fonte para esta estória foi sem dúvida a série de televisão 'The Cape'. O episódio 'Buried in Peace' (algo como Enterrado em Paz) foi ao ar pela primeira vez em 28 de outubro de 1996. Nele, uma tripulação do ônibus espacial numa missão para reparar um satélite de comunicações encontra uma nave espacial soviética abandonada com uma tripulação morta – o resultado de uma tentativa secreta de enviar uma missão tripulada à lua 30 anos atrás, antes dos EUA.
Ad Honorem Extraterrestris
lulu
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Mensagem por lulu »

Quem pode saber o que ocorreu por trás da cortina de ferro? Até mesmo nos Estados Unidos acho que muitas missões secretas ao espaço não foram divulgadas.
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
Britan
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Mensagem por Britan »

Aconteceu o mesmo a frente da cortina no mundo livre, a única diferença é que se torna um mito porque nao sabemos o que realmente passou, é um paradoxo ahah
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