Euzébio escreveu:Pelo que entendi, tomou-se como premissa que o suposto Planeta X seria mais um em nosso próprio sistema solar, correto? E se o tal planeta - nao o X, mas o Nibiru, pertencesse a uma destas estrelas gigantes? Sua órbita extensa cruzaria com a órbita não de nossos planetas solares, mas sim do próprio Sol, alguém já levantou esta hipótese?
Grande amigo Euzébio !
A pesquisa do Patryk fundamentam-se na análise dos objetos do Cinturão de Kuiper ou Transnetunianos.
Estes asteróides estão divididos em diversas famílias de acordo com a distância de suas órbitas ao redor do Sol, de sua inclinação referente a eclíptica, a elipsidade de sua órbita ( excentricidade orbital ) e sua
ressonância com Netuno.
As características citadas acima destes objetos por muito tempo permaneceram sem explicação satisfatória já que são muito diferentes do restante do sistema solar e de outros asteróides como os do cinturão principal entre Marte e Jupiter.
Espera-se a partir dos modelos de formação do sistema solar que planetas e asteróides estejam contidos aproximadamente dentro de um mesmo plano orbital ( a Eclíptica ), já que teriam se formado juntos a partir de um disco de poeira. Porém não é isto que se verifica com os objetos conhecidos de Kuiper, estes possuem órbitas muito diferentes do restante dos objetos de nosso sistema solar como alta inclinação referente a eclíptica, alta excentricidade ( órbitas muito elípticas ) entre outras características inusitadas.
Por muito tempo os modelos de dinâmica planetária foram incapazes de correponder seus resultados com estas características anômalas. Para tanto o Patryk então realizou simulações extensas ( algumas simulando a evolução dos objetos de Kuiper por 4,5 bilhões de anos, ou seja desde a formação do sistema solar até o presente ) e robustas apontando que a pertubação destes corpos pela passagem de um corpo, de massa próxima ou ligeriamente maior do que a Terra, por esta região do espaço a bilhões de anos atrás, faria com que todas as características dos objetos de Kuiper fossem geradas.
O que o Patryk propõem é que um planeta de um tamanho similar a Terra formou-se na região próxima as órbitas de Jupiter e Saturno e que devido a pertubação gravitacional destes dois planetas gigantes foi deslocado de sua órbita e migrou para regiões externas do sistema solar ( migração estocástica ) e no tempo que passou nas regiões correspondentes aos objetos de Kuiper conhecidos, sua gravidade alterou suas órbitas deixando-as como a conhecemos hoje antes de "fixar-se" em uma órbita bem externa a de Plutão.
O que é fantástico no resultado das simulações do Patryk é que as características orbitais dos objetos de Kuiper, na presença de um "planeta migrante", encaixaram-se quase que perfeitamente a todas as famílias destes asteróides transnetunianos e não apenas a algumas como até então as pesquisas haviam conseguido, ou seja, o modelo do Patryk seria o mais completo até agora.
Assim este planeta não foi capturado "de fora" mas gerado no interior do sistema solar e então migrado para regiões externas.
Abaixo a representação da órbita atual ( em vermelho ) deste hipotético planeta derivada das simulações do Patryk:
Algo que o Patryk havia me confidenciado via email era seu temor a respeito de possíveis associações deste planeta com o Nibiru de Sitchin: eles não tem nada a ver.
Nibiru é um planeta impossível em nosso sistema solar, não existe uma evidência sequer de que um planeta gigante atravesse nosso sistema solar de tempos em tempos. Se isto ocorresse em apenas uam única passagem este planeta alteraria totalmente as órbitas dos planetas como a Terr, Marte, Venus e Mercúrio, elas seriam muito diferentes do que são hoje.
Outro problema é que tal planeta não se sustenta nas simulações. Eu já realizei várias simulações com o mesmo software que o Patryk utilizou em sua pesquisa sob orientação do próprio Patryk e em absolutamente todas elas as órbitas dos planetas do sistema solar seriam não apenas brutalmente alteradas mas tb ocorreram ejeções ( planetas arremessados para fora do sistema solar ) e colisões ( a mais impressionante foi entre Jupiter e Urano ! ) .
O mais importante porém é que a órbita instavel de Nibiru promove que este planeta sempre seja irremediavelmente ejetado dos sistema solar em poucos milhares de anos na maioria das vezes ( entre 30000 e 180000 anos. Apenas com uma órbita com inclinação de 90o é que ele permaneceu por cerca de 2 milhões de anos, depois foi ejetado ).
Assim este planeta não existiria na atualidade e a gênese do sistema solar de Sitchin com um Marduk atravessando a órbita dos planetas é impossível já que nosso sistema solar não existiria como é hoje, nem mesmo alguns planetas existiriam.
Uma implicação que o Patryk fez questão de frizar em seu email é que os resultados das simulações de sua pesquisa implicam que nehum planeta de massa similar a Terra pode existir a uma distância inferior a 50 UA ( 1 UA= a distância da Terra ao Sol ) de outro modo os asteróides de Kuiper não teriam suas conformações órbitais atuais.
Ou seja tudo elimina a existência de um Nibiru/Marduk/Hercólubus na pesquisa do Patryk. Sitchin só propôs este planeta com sua órbita absurda pois simplesmente não coenhce NADA de dinâmica planetaria e digo mais: de astronomia !
( tb é possível apontar que Sitchin não conhece nada de história da astronomia e muitissimo menos sobre línguas semíticas e sequer sobre história e cultura suméria como alega em seus livros.)
Como eu já disse a vc desconfie tremendamente de tudo que provenha de Sitchin. Apesar de tb não gostar dele Daniken ( tb acho que é um pilantra ) é um Sagan em relação a Sitchin ! Este estaria mais para um embusteiro descarado como
Billy Meier
Mais sobre as pesquisas do Patryk pode ser lido em seu site:
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http://harbor.scitec.kobe-u.ac.jp/~patryk/
O paper completo da pesquisa do Partyk que sobre o Planeta X pode ser baixado aqui:
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http://harbor.scitec.kobe-u.ac.jp/~patr ... netoid.pdf
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