O Olhar da Esfinge

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Euzébio
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O Olhar da Esfinge

Mensagem por Euzébio »

O OLHAR DA ESFINGE

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Agora devemos procurar a pista final na parte restante do enigma de Gisé - a Grande Esfinge. Ela tem o corpo de um leão sentado e a cabeça de um homem usando o toucado real. Quem a construiu? Quando? Com que propósito? Quem ela retrata? E por que está naquele local, sozinha e única no mundo?

As perguntas sempre foram muitas e as respostas, poucas. Uma coisa, porém, é certa: a Esfinge olha para o leste e a linha de seu olhar acompanha o paralelo 30, o mesmo paralelo que cruza Lhasa, a cidade sagrada do budismo, situada no Tibete, assim como Eridu (cidade sagrada suméria), Heliópolis (cidade sagrada egípcia), Harapa (cidade sagrada do Vale do Indo) e Persépolis (cidade sagrada persa), todas localizadas no paralelo 30.

Na Antiguidade, esse preciso alinhamento com o Divino Paralelo foi enfatizado pela construção de uma série de estruturas que, saindo da Esfinge, estendiam-se na direção do Oriente, assentadas num eixo leste-oeste.

Quando Napoleão e seus homens chegaram à Esfinge no início do século XVIII, ela estava praticamente coberta de areia e só se via a cabeça e parte dos ombros. Os artistas a retrataram nesse estado e por muitas décadas o público só a conheceu assim. Foram necessárias repetidas e sistemáticas escavações para o monumento se revelar em toda sua grandiosidade (73 metros de comprimento, 20 metros de altura) e forma completa, confirmando o que os historiadores gregos descreveram: uma escultura colossal, feita de um único bloco de pedra natural. E foi o capitão Caviglia (que mais tarde seria expulso de Gisé pelo coronel Vyse) que, em 1816-1818, chefiou as obras que revelaram não somente o resto do corpo da Esfinge, como também os templos, santuários, altares e estelas erigidos diante dela.

Como a Esfinge fica situada perto do caminho elevado que conduz à Segunda Pirâmide, os estudiosos logo pensaram que ela fora construída por Quéfren e, portanto, devia retratá-lo. Essa teoria não tem a menor base factual, mas continua presente nos livros sobre o assunto. Todavia, já em 1904, E. A. Wallis Budge, na época curador das Antiguidades egípcias e assírias do Museu Britânico, concluiu inequivocamente (The Gods of the Egyptians) que "esse maravilhoso objeto já existia no tempo de Quéfren; é possível que seja muito anterior ao seu reinado e date do final do período arcaico".

Como atesta a Estela do Inventário, a Esfinge já estava em Gisé na época de Quéops, antecessor de Quéfren. Na inscrição, Quéops diz que mandou remover a areia que invadia a Esfinge - uma afirmação que se repete nas inscrições de outros faraós. Assim, é justo deduzirmos que ela já era um monumento muito antigo na época desse rei. Então, quem foi o faraó, muito anterior a ele, que a esculpiu, dando-lhe ao rosto sua própria imagem? A resposta é que o rosto não é o de um faraó qualquer, mas de um deus. E mais, tudo indica que foram deuses, e não mortais, que esculpiram a Esfinge. De fato, só ignorando o que dizem as antigas inscrições é que alguém poderia imaginar uma origem diferente. Uma inscrição romana, chamando a Esfinge de "Guia Sagrado", diz: "Tua forma magnífica é obra dos deuses imortais". Um trecho de um poema grego afirma:

Tua forma magnífica,
Aqui os deuses imortais moldaram...
Junto às pirâmides o colocaram...
Um monarca celestial que seus inimigos desafia...
Guia Sagrado da Terra do Egito.


Na Estela do Inventário, Quéops chamou a Esfinge de "Guardião do Éter, que guia os ventos com seu olhar" e deixa bem claro que ela era a imagem de um deus:

Esta figura do deus
Durará até a eternidade;
Tendo sempre seu rosto voltado para o leste.


Quéops fala também de um velho sicômoro que crescia ao lado da Esfinge e foi danificado "quando o Senhor do Céu desceu no Lugar de Hor-em-Akhet" (o deus-falcão do horizonte). Esse, na verdade, era o nome mais freqüente da Esfinge nas inscrições dos faraós, sendo seus epítetos, entre outros, ruti (" o leão") e hul ("o eterno").

Os escavadores do início do século XIX que trabalharam na área da Esfinge, conforme atestam os documentos da época, estavam instigados pelas lendas árabes que afirmavam existir dentro do monumento ou sob ele câmaras secretas cheias de tesouros ou objetos mágicos. Pesquisadores como Auguste Mariette, em 1853, compartilhavam da opinião generalizada de que existia um compartimento secreto no interior do monumento ou sob ele, motivada pelos livros do historiador romano Plínio, que escreveu que a Esfinge continha a tumba de um governante chamado "Harmaquis" e pelo fato de todos os antigos desenhos a mostrarem assentada sobre uma grande estrutura de pedra. Era justo pensar que as mesmas areias que tinham coberto praticamente toda a Esfinge, acumulando-se ao longo de milênios, escondiam também a sua parte inferior. As inscrições mais antigas parecem sugerir que existiam duas câmaras secretas, talvez acessíveis por uma entrada escondida sob as patas da escultura. Além disso, um hino da época da 18ª. Dinastia revela que as duas "cavernas" permitiam que ela funcionasse como um centro de comunicações.

Segundo esse cântico, o deus Amen, assumindo as funções do celestial Hor-Akhti, obtém "percepção no coração, comando nos lábios... quando entra nas duas cavernas que ficam sob seus pés". Então:

Uma mensagem é enviada do céu;
Ela é ouvida em Heliópolis,
E repetida em Mênfis pelo Belo de Rosto.


No tempo dos faraós, acreditava-se que a Esfinge, apesar de ser esculpida em pedra, era capaz de ouvir e falar. Numa longa inscrição gravada numa estela erigida entre as patas do monumento por Tutmés IV e dedicada ao Disco Alado, o rei conta que a Esfinge falou com ele e lhe prometeu um longo e próspero reinado se mandasse retirar a areia que lhe cobria as patas.
Muitas "tábulas de ouvido" - objetos bastante incomuns - e desenhos das Duas Pombas, o símbolo associado aos locais do oráculo, foram descobertas nos templos em torno da Esfinge. Como as antigas inscrições, eles também contribuem para a crença de que o monumento, de alguma forma, transmitia mensagens divinas. Embora os esforços para se empreender escavações sob a Esfinge até agora não tenham sido bem-sucedidos, não se pode descartar a possibilidade da existência de câmaras subterrâneas onde os deuses entravam com "comandos nos lábios" e de que um dia talvez elas venham a ser descobertas.

O homem, por mais sábio que possa ter sido, não teve nada a ver com a Esfinge. Baalbek, as pirâmides de Gisé, o espaço-porto de Jerusalém, todos foram construídos apenas para os deuses. O homem, porém, buscando a imortalidade, jamais deixou de seguir o olhar da Esfinge.

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Bibliografia: A Escada para o Céu – Zecharia Sitchin
Ad Honorem Extraterrestris