Ademais, outros investigadores sustentam que a equipe também pode haver se enganado por estranhas formas que poderia a vida marciana poderia adotar.
Os resultados dos experimentos a bordo das Vikings são confusos, porque alguns deles sugeriram a presença de organismos capazes de digerir moléculas orgânicas. Porém um espectrômetro de massa gaso-cromatográfico (GCMS) não encontrou nada, o que fez com que a maioria dos cientistas duvidasse dos resultados dos exames de detecção de vida. Em contrapartida, supuseram que a reatividade do terreno se devia à presença de peróxidos ou de outras sustâncias reativas.
Agora, um artigo de Rafael Navarro González da Universidade do México e outros, demonstra que o instrumento GCMS era incapaz de detectar compostos orgânicos inclusive em solos similares aos marcianos de vários lugares terrestres. Isto inclui partes do deserto de Atacama, no Chile, onde outros exames provaram que, de fato, havia microorganismos.
Estudos similares aos das Vikings realizados em Rio Tinto, Espanha, que contém micróbios, não descobriram sinais de compostos orgânicos.
© Rafael Navarro González
Em alguns solos (incluindo amostras tomadas do Rio Tinto, na Espanha, que contêm compostos de ferro similares aos detectados pelo veículo Opportunity da NASA em solos marcianos), a sensibilidade do GCMS foi em realidade um milhão de vezes menor que o limiar necessário para a detecção, segundo Navarro González.
Gilbert Levin, um dos cientistas de Viking que sustentou durante longo tempo que o exame GCMS era falho, disse agora a New Scientist que o novo estudo proporciona “um forte apoio” à idéia de que, realmente, se detectou vida em Marte.
As pequeníssimas quantidades de matéria orgânica em solo do deserto de Atacama, Chile, não se descompuseram em moléculas menores quando se elevou sua temperatura, método utilizado no experimento GCMS das Vikings.
© Rafael Navarro González
O quebra-cabeça é: como explicar as causas da alta reatividade do solo marciano, unidas a um aparentemente muito baixo nível de compostos orgânicos, apesar do constante fluxo de material orgânico proveniente de asteróides, cometas e outras fontes planetárias. A maioria de os astrobiólogos assume que algum misterioso material oxidante em o solo está destruindo o material orgânico.
Schulze-Makuch e Joop Houtkooper da Universidade Justus Liebig em Giessen, Alemanha, sugerem que uma forma exótica de vida marciana poderia proporcionar uma explicação mais clara. Propõem que em Marte poderia haver evolucionado um organismo que utilizasse uma solução de água e peróxido de hidrogênio como fluido intracelular, em lugar de unicamente água, tal como o fazem os organismos terrestres.
Isto teria a vantagem de permanecer líquido a temperaturas muito baixas, o que permitiria aos organismos sobreviver no frio clima marciano. Dessa forma, o peróxido de hidrogênio interno poderia ser o “misterioso” oxidante.
Há pressões para se agregar instrumentos que buscarão vida microbiana, segundo essa linha de investigação, nas próximas missões da NASA, ou na missão ExoMars da Agência Espacial Européia, que será lançado entre 2011 e 2013.
Web Site: New Scientist
“Viking landers may have found Martian life after all”
23/12/ 2006
http://www.newscientistspace.com/articl ... -life.html
SEM FÉ, SOU LIVRE.