NASA adia reforma do telescópio Hubble

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NASA adia reforma do telescópio Hubble

Mensagem por Britan »

Fonte: Jornal "O Correio da Manha"

[spoil]omo um verdadeiro arqueólogo do espaço, o Hubble ‘escava’ mais fundo e vai descobrindo preciosas peças do puzzle que é o Universo, fotografando-as com uma nitidez jamais alcançada. A tal ponto que a NASA decidiu adiar a sua reforma: em 2008 vai receber instrumentos de última geração, esperando-se novas proezas até à sua desactivação, em 2013.



Dezasseis anos depois do seu lançamento e após quatro ‘operações’– uma para reparar um defeito no espelho e três para melhorar as suas capacidades – o telescópio espacial Hubble, que não pára de nos surpreender com imagens espectaculares do que constitui o Cosmos, vai receber uma quinta e última beneficiação.

A extraordinária valia das suas descobertas quase fez esquecer que o telescópio esteve para passar à história como o grande fiasco da astronomia. É que depois de ter sido colocado em órbita, tornou-se inútil: as imagens enviadas eram totalmente distorcidas devido a um minúsculo defeito na lente.

O olho mais dotado da astronomia padecia, afinal, de ‘miopia galopante’. Só passados três anos de desespero da NASA e da ESA, a agência europeia também financiadora do projecto, uma equipa de astronautas lhe colocou lentes correctoras, devolvendo-lhe a visão e a ‘jóia da coroa’ da NASA acabou por produzir maravilhosos resultados nos anos que se seguiram às difíceis reparações efectuadas. O Hubble, que desencadeou uma revolução no conhecimento da astronomia e da física do Universo, pode observar o Cosmos com luz ultravioleta, algo impossível para os telescópios terrestres, já que é absorvida pela atmosfera terrestre. Nesse espectro, as imagens são espectaculares.

Agora, depois de anos de incerteza quanto ao seu futuro, o Hubble volta a ser submetido a nova cirurgia plástica, adiando a sua reforma, com a substituição de equipamento para melhorar as suas capacidades, dado que a NASA decidiu mantê-lo operacional até ao ano 2013, altura em que será substituído pelo telescópio James Webb Space. A decisão sobre o futuro do Hubble esteve pendente durante os últimos anos, principalmente devido à reestruturação das missões dos vaivéns depois da tragédia do ‘Columbia’, em Janeiro de 2003, em que morreram sete astronautas. Desde então foi implantada uma política de segurança, o que significa que, se forem detectados defeitos semelhantes aos do ‘Columbia’, os astronautas devem ficar na Estação Espacial Internacional (ISS) e esperar pelo resgate. A missão para reparar o Hubble foi então cancelada, pois os vaivéns não levam combustível suficiente para se mover entre as órbitas do telescópio (600 quilómetros) e da estação (350 quilómetros).

Na nova missão, os sete astronautas terão uma longa lista de tarefas que inclui a instalação de uma terceira câmara para aumentar o campo de visão do Hubble, a substituição das baterias e de alguns isolantes térmicos, a troca de um sensor de guia danificado e o ajustamento da altitude dos giroscópios que cumprem papel crucial na orientação do telescópio (actualmente só dois dos seis giroscópios funcionam).

Ao todo, já foram levadas para o espaço 12 toneladas de equipamento, no valor de 172 milhões de dólares. Se não voltasse a ser reparado representaria a perda directa de dois mil milhões de dólares (o custo do Hubble) mais sete mil milhões de manutenção nas quatro missões já realizadas.

O SUCESSOR SERÁ O JWST

Sabe-se desde há décadas como nasce e morre uma estrela, mas nunca se tinha visto como esses nascimentos se produzem. O Hubble conseguiu esse milagre. Agora, a NASA planeia o passo seguinte, estudando com os especialistas a próxima geração de telescópios: o James Webb Space Telescope ou JWST, com lançamento previsto para 2011.

Com a sua lente de berílio de seis metros e meio e numa órbita a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, analisará o campo de radiação infravermelha do espectro electromagnético ao contrário dos da luz visível ou do ultravioleta onde actua o Hubble, o que lhe permitirá observar objectos celestes de brilho extremamente fraco.

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