Número de planetas pode aumentar

[Britan]

A família de planetas poderá aumentar por causa da discussão de há muitos anos no que toca às dúvidas de Plutão ser ou não um planeta. Uma proposta da União Internacional de Astrónomos poderá promover três corpos celestes a planetas.
( 11:37 / 16 de Agosto 06 )



A União Internacional de Astrónomos poderá decidir aumentar o número de planetas do sistema solar, tudo porque há dúvidas quanto a se Plutão é ou não um planeta, uma discussão que se arrasta há vários anos.

A proposta para aumentar o número de planetas vai ser votada na quinta-feira numa reunião da UIA, em Praga, podendo Caronte (a maior lua de Plutão), Xena (descoberto em 2003) e Ceres (o maior asteróide do sistema solar, localizado entre Marte e Júpiter) passarem a ser considerados planetas.

A discussão sobre se Plutão merece ser considerado planeta intensificou-se precisamente quando astrónomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia descobriram o UB 313, rebaptizado de forma não oficial como Xena.

Segundo os astrónomos, o diâmetro de Xena é ligeiramente superior ao de Plutão, estando ambos estes corpos celestes, essencialmente constituídos de gelo, num local conhecido como o Cinturão de Kuiper, localizado para lá de Neptuno.

A proposta da União Internacional dos Astrónomos poderá envolver a manutenção de Plutão como planeta, servindo este corpo celeste descoberto em 1930 como base para a elevação a planeta de Caronte, Xena e Ceres, que passariam a ser considerados como "plutões".

Em declarações à TSF, o director do Observatório Astronómico de Lisboa considerou que não o surpreenderia que, no futuro, até a Lua viesse a ser considerada como um planeta.

«Hoje, já queremos começar a dividir os planetas pelas suas características físicas e químicas, algo que começou a ser feito no séc. XX», acrescentou Rui Agostinho.

Este astrofísico adiantou ainda já no final do séc. XX, «começou-se a entender melhor o processo de formação e de evolução dos planetas no sistema solar» e que algumas dúvidas sobre Plutão começaram a ser desfeitas.

«Achava-se estranho em Plutão o facto de ter uma órbita muito inclinada e muito excêntrica em relação a outros planetas e ser bastante pequeno e gelado. Hoje sabemos que há uma família inteira designada por transneptunianos, que já devem ser uma centena, e que fazem parte do interior do nosso sistema solar», explicou.

Rui Agostinho acredita que esta não será a última proposta neste sentido e acredita que daqui a uma década poderá ser reescrita esta área do conhecimento humano com uma melhor clarificação das ideias nesta área da astrofísica.