Expansão da Zona de Habitabilidade

A exobiologia é a ciência que estuda a vida extraterrestre, desde o tipo mais simples. Quais seriam os locais mais propícios para esta ocorrência? Quais os pré-requisitos?

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hsette
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Expansão da Zona de Habitabilidade

Mensagem por hsette »

http://www.space.com

O crescimento da Zona de Habitabilidade
By Ker Than
17 February 2006
Numa galáxia com bilhões de estrelas, cientistas que se dedicam à busca de vida extraterrestre precisam de critérios para definir aquelas que teriam mais chances de possuir planetas e/ou luas com atividade biológica. Por mais de 150 anos, uma ferramenta importante tem sido o conceito de "zona de habitabilidade circunestelar."
Tradicionalmente, esta zona tem sido definida como um estreito disco ao redor de uma estrela onde as temperaturas permitem que a água possa existir em estado líquido, supondo-se que onde a mesma exista, a atividade biológica pode se desenvolver.
A partir do final do século passado, novas informações começaram a mudar esta visão conservadora.

Extremófilas
Extremófilas são um grupo de organismos que se adaptaram em condições ambientais extremas, intoleráveis para virtualmente todas as outras criaturas. Desde 1960, cientistas têm descoberto centenas de extremófilas, a maioria bactérias.
Este grupo inclui membros que podem sobreviver em águas escaldantes, temperaturas extremamente baixas, altíssimas pressões, ácidos corrosivos, salinidade extrema e condições muito áridas. Têm sido encontradas extremófilas que suportam doses massivas de radiação, alimentam-se de ácidos, expelem metano e vivem sem nenhum oxigênio e sem necessidade de luz solar.
"A descoberta de extremófilas na Terra é algo surpreendente," segundo Carol Tang, um pesquisador da California Academy of Sciences que estuda as extremófilas. "Ao constatarmos que há pouquíssimos locais na Terra onde não há vida, podemos fazer uma extrapolação para o restante do nosso sistema solar e também para o conjunto do Universo."

Luas habitáveis
Em 1979, as duas espaçonaves Voyager surpreenderam os cientistas com imagens da lua Europa de Júpiter. As imagens mostraram um mundo coberto de água gelada, e com uma superfície extremamente lisa.
Antes das missões Voyager, pensava-se que as luas de outros planetas seriam velhas, rochosas, áridas e repletas de crateras. Diferentemente de nossa Lua, Europa tem relativamente poucas crateras de impacto. Como ela não tem uma atmosfera capaz de protegê-la dos impactos, de asteróides e outros objetos, supõe-se que Europa possua uma fonte interna de calor que provoque a fluidificação de sua água, fazendo com que periodicamente sua superfície seja reparada, apagando os sinais de crateras.
Europa sofre com intensidade um processo chamado efeito de maré. Júpiter é tão massivo e sua gravidade tão grande que provoca na superfície de Europa a formação de deformações (bojos e achatamentos, conforme a posição), o que geraria constante fricção e geração de calor.
Supõe-se que abaixo da camada gelada de Europa há um oceano tão vasto quanto os da Terra. Por esta razão, não são poucos os cientistas que apontam esta lua como sendo um melhor local para se buscar atividade biológica do que Marte.
A nebulosa lua de Saturno, Titan, passa pelo mesmo processo. Outra lua gera calor por um processo diferente: recentemente descobriu-se que uma das luas de Saturno, Enceladus, contém uma misteriosa “zona quente” em seu hemisfério sul que parece ser causado por material radioativo, resíduo do processo de sua formação a bilhões de anos atrás.

Anãs Vermelhas
No outono de 2005, um grupo de cerca de 30 cientistas de diferentes campos reuniram-se em Mountain View, Califórnia, para um workshop promovido pelo SETI Institute. O objetivo era responder um questão simples: planetas orbitando anãs vermelhas são habitáveis?
Uma anã vermelha é a menor estrela da seqüência principal e o tipo mais comum de estrela. As anãs vermelhas possuem a superfície fria (de acordo com os padrões siderais) e, como fundem seu combustível nuclear vagarosamente, elas brilham durante 50 bilhões de anos. Devido a seu pequeno tamanho e baixa temperatura (2.000 a 3.000 K), sua luminosidade corresponde a apenas 5% a 0,01% da do Sol. Em conseqüência, atualmente só se consegue ver as anãs vermelhas que estão a até 100 anos-luz de distância.
Cientistas do SETI estão prestes a iniciar observações utilizando o Allen Telescope Array e eles queriam maiores informações sobre se as anãs vermelhas deveriam ser incluídas na lista das estrelas a serem pesquisadas.
Supõe-se que as anãs vermelhas compõem cerca de 80% de todas as estrelas do Universo, mas elas são tão pequenas e tão escuras que os cientistas tradicionalmente as ignoram como possíveis portadoras de planetas habitáveis.
Nos anos recentes, modelos computacionais têm sugerido que a situação não é uma impossibilidade, como poderia parecer. Os modelos predizem que se um planeta orbitando uma anã vermelha possuir uma atmosfera suficientemente densa, o calor recebido, ainda que pequeno, seria retido e redistribuído por todo ele.
Para as críticas de que a região habitável em torno de uma anã vermelha é muito estreita, Todd Henry, um astrônomo da Georgia State University, tem um ponto de vista interessante. Como há muito mais anãs vermelhas do que estrelas como o Sol, ele desenvolveu cálculos que sugerem que a estreiteza dessas zonas de habitabilidade em torno delas seria compensada com sobra pelo enorme quantidade proporcional das mesmas.
lulu
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Mensagem por lulu »

Só lembrando, Io, lua de Júpiter, é tão quente que tem vulcões ativos por toda a superfície e o calor vem da força da gravidade de Júpiter que pressiona Io o tempo todo. :P
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
Almir
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Registrado em: 02 Mai 2006, 16:44

Mensagem por Almir »

No site abaixo uma especulação sobre a possibilidade de vida em tipos diferentes de estrelas na nossa vizinhança.
Vejam por exemplo o curioso caso de UV Ceti.

http://www.exoplaneten.de/chz_index_english.html
Latorre
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Mensagem por Latorre »

Boa Almir! Mto legal o site.

Recomendo a todos.
NÃO HÁ DEUS. NEM DESTINO. NEM LIMITE.Imagem SEM FÉ, SOU LIVRE.
Se um Homem começar em certezas / ele terminará em dúvidas.
Mas se ele se contentar em começar com dúvidas / ele deve terminar em acertos (Francis Bacon)