Você sabia...

Ao compreendermos os avanços cientificos e tecnológicos podemos criar bases para explicar a maior parte dos fenômenos.

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Alexandre
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Você sabia...

Mensagem por Alexandre »

...


Que a falta de gravidade pode interferir nas células dos neurônios?

Pois é; o interior das células animais e vegetais é como uma cidade, com fábricas chamadas organelas, dedicada à produção de energia e tratamento de resíduos. Uma rede de «auto-estradas» intracelulares permite a comunicação entre estas fábricas e de entrega de carga entre si e entre o interior da célula e o seu meio externo. As células vegetais têm um sistema de «auto-estrada» particularmente movimentado.

«Os pesquisadores já sabiam que os seres humanos, animais e plantas evoluíram em resposta à gravidade da Terra, e que são capazes de sentir isso», Geitmann explicou. «O que ainda estamos a descobrir é como os processos que ocorrem dentro das células do corpo humano e de plantas são afectados pela gravidade mais intensa, ou hipergravidade, que seria encontrada num planeta grande, ou a micro-gravidade, que se assemelha às condições do espaço. Os processos de transporte intracelular são particularmente sensíveis à perturbação, com consequências dramáticas para o funcionamento celular. Como esses processos são afectados por uma mudança na gravidade ainda é mal compreendido.»

As células foram colocadas numa centrífuga grande, juntamente com uma câmara ligada a um microscópio, permitindo que os investigadores controlassem, em tempo real, como as células se desenvolvem na gravidade intensa gerado pela centrífuga. «Graças às instalações da Agência Espacial Europeia, eu era capaz de determinar como a hipergravidade e a micro-gravidade afectam o tráfego intracelular no tubo de pólen», explicou Youssef Chebli, do laboratório de Geitmann.

«Escolhemos o pólen, o transportador dos espermatozóides masculinos, como nosso modelo devido ao seu papel fundamental na reprodução das plantas e da agricultura e por causa de seu crescimento extraordinariamente rápido, o que significa que podemos observar os efeitos da hipergravidade dentro de segundos.»

Segundo eles, o fluxo de tráfego intracelular é comprometido em condições de hiper-gravidade e micro-gravidade, que afectam a construção precisamente coordenada do envelope celular em crescimento», disse Chebli. «Isto permite-nos não só entender os princípios gerais do mecanismo reprodutivo em plantas, mas, mais importante, como as células respondem em condições de gravidade alterada. Os nossos resultados têm implicações para a saúde humana como efeitos similares podem ocorrer em células humanas, como neurónios, onde o transporte de longa distância intracelular é crucial.
A ausência da evidência não significa evidência da ausência.
Carl Sagan
Bem-aventurados os que não viram e creram.
Jesus Cristo
andrehp
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Mensagem por andrehp »

Show de bola. Nunca imaginaria,
fadinha
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Registrado em: 21 Jun 2014, 22:12

Re: Você sabia...

Mensagem por fadinha »

Imaginem ...

como essa possível descoberta pode mexer com todo o conhecimento que temos da Terra...estudamos que o centro da Terra é composto por uma esfera chamada nife (níquel+ferro) sendo sólida no centro.
Então é melhor rever muitos conceitos!
A notícia não é tão nova (março de 2014) mas é absolutamente revolucionária. Dizem que a água dos nossos oceanos provém desse que está na parte central da Terra.
Como será que Júlio Verne teve essa inspiração?

fadinha

Diamante brasileiro revela que interior da Terra tem reservatório de água

Diamante que levou a descoberta é procedente do Mato Grosso.
Nele, foram encontradas moléculas de água absorvidas por mineral.


Há 150 anos, em "Viagem ao Centro da Terra", o escritor francês de ficção científica Júlio Verne descreveu um amplo oceano existente nas profundezas da superfície terrestre. Hoje, essa estranha e assombrosa imagem encontrou eco inesperado em um estudo científico.

Em artigo publicado na conceituada revista "Nature" nesta quarta-feira (12), cientistas disseram ter encontrado um pequeno diamante que aponta para a existência de um vasto reservatório abaixo do manto da Terra, cerca de 400 a 600 quilômetros abaixo dos nossos pés.

"Essa amostra fornece, de fato, confirmações extremamente fortes de que há pontos locais úmidos profundos na Terra nessa área", declarou o principal autor do estudo, Graham Pearson, da Universidade de Alberta, no Canadá.

"Essa zona particular da Terra, a zona de transição, pode conter tanta água quanto todos os oceanos juntos", explicou Pearson.
"Uma das razões, pelas quais a Terra é um planeta tão dinâmico, é a presença de água em seu interior. A água muda tudo sobre a maneira como o planeta funciona", completou.

A prova vem de um mineral raro que absorve água chamado ringwoodite, procedente da zona de transição espremida entre as camadas superior e inferior do manto terrestre, explicam os especialistas. A análise do material revelou que a rocha contém uma quantidade significativa de moléculas de água, da ordem de 1,5% de seu peso.

O manto se situa sob a crosta terrestre, até o núcleo da Terra, a uma profundidade de 2.900 quilômetros. Entre as duas grandes partes do manto - o superior e o inferior -, encontra-se uma zona chamada de "transição", entre 410 km e 660 km de profundidade.

O principal mineral do manto superior é a olivina. Quando a profundidade e, consequentemente, a pressão aumentam, a olivina se transforma, mudando de estado. Entre 410 km e 520 km, ela vira wadsleyite e, entre 520 km e 660 km, chega a ringwoodite, um mineral que contém água.

Essa variedade de olivina já foi encontrada em meteoritos, mas nunca oriunda da Terra, justamente por se encontrar a uma profundidade inacessível.

"Até hoje, ninguém nunca viu ringwoodite do manto da Terra, ainda que os geólogos estejam convencidos de sua existência", destacou o geólogo Hans Keppler, da Universidade de Bayreuth, na Alemanha, no editorial publicado na "Nature".

O mineral ringwoodite foi descoberto pela equipe de Graham Pearson quase por acaso, em 2009, quando os pesquisadores examinavam um diamante marrom sem valor comercial, de apenas três milímetros, procedente da cidade brasileira de Juína, no estado do Mato Grosso.

A amostra foi submetida à análise por espectroscopia e difração por raio-X durante vários anos até ser oficialmente confirmada como ringwoodite, tornando-se a primeira prova terrestre dessa rocha super-rara.

O grupo acredita que o diamante tenha chegado à superfície da Terra durante uma erupção vulcânica. A equipe de Graham Pearson não fala, porém, em água na forma líquida, e sim, contida nesse mineral bem particular.

Ainda falta determinar, como ressaltou Hans Keppler, se a amostra de ringwoodite analisada é representativa do conjunto da zona de transição do manto terrestre.

O nome Ringwoodite vem do geólogo australiano Ted Ringwood, segundo o qual um mineral especial criaria uma zona de transição devido às altas pressões e temperaturas nessa área.

Pearson defendeu que as implicações dessa descoberta são profundas. Se existe água, em grande volume, abaixo da crosta terrestre, isso implica um possível impacto significativo nos mecanismos dos vulcões e no movimento das placas tectônicas.