Há mais planetas do que se imaginava

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lulu
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Há mais planetas do que se imaginava

Mensagem por lulu »

Há poucos anos atrás quem dissesse que haviam outros planetas em outras estrelas era um coitado lunático que acreditava em discos voadores e homenzinhos verdes. Depois de algumas descobertas de exoplanetas, ninguém mais no meio científico duvida que muitas outras estrelas podem ter planetas. Mas este estudo foi além e demonstrou que há mais planetas do que estrelas na Via Láctea.

Hoje, quem acredita que existam civilizações muito mais avançadas que nós em outros planetas da Via Láctea e que podem ter nos visitado no passado ou estar nos visitando no presente é considerado um lunático que acredita em...

Há mais planetas que estrelas na Via Láctea

Fonte: "Site" Inovação Tecnológica

Com informações do ESO - 11/01/2012
Há mais planetas que estrelas na Via Láctea
Ilustração mostrando a conclusão dos cientistas de que há muito mais planetas do que estrelas na nossa galáxia. [Imagem: ESO/M. Kornmesser]

Planetas são a regra, não a exceção

Uma equipe internacional de astrônomos utilizou a técnica de microlente gravitacional para determinar quão comuns são os planetas na Via Láctea.

Após uma busca que durou seis anos, com a observação de milhões de estrelas, a equipe concluiu que os planetas em torno de estrelas são a regra e não a exceção.

Durante os últimos 16 anos, os astrônomos detectaram mais de 700 exoplanetas confirmados - o telescópio espacial Kepler já possui milhares de "candidatos", que ainda precisam ser confirmados.

Alguns desses planetas extrassolares já começam a ser estudados em profundidade: em 2010, os astrônomos conseguiram pela primeira vez captar a luz direta de um exoplaneta e analisar a atmosfera de uma super-Terra.

Embora o estudo das propriedades dos exoplanetas individuais seja extremamente importante, uma questão básica ainda permanecia: quão comuns são os planetas na Via Láctea?

Microlentes gravitacionais

A maioria dos exoplanetas conhecidos foram encontrados ou pelo efeito gravitacional que exercem sobre a sua estrela hospedeira ou quando de sua passagem em frente do seu sol, o que diminuindo ligeiramente o brilho da estrela.

Ambas as técnicas são muito mais sensíveis a planetas que ou são de grande massa ou se encontram próximo das suas estrelas. Por consequência, muitos planetas não podem ser encontrados por estes métodos de detecção.

Uma equipe internacional de astrônomos procurou exoplanetas utilizando um método totalmente diferente - as microlentes gravitacionais - que permite detectar planetas num grande intervalo de massas e também os que se encontram muito mais afastados das suas estrelas.

"Durante seis anos procuramos evidências de exoplanetas a partir de observações de microlentes. Curiosamente, os dados mostram que os planetas são mais comuns na nossa Galáxia do que as estrelas. Descobrimos também que os planetas mais leves, tais como super-Terras ou Netunos frios, são mais comuns do que os planetas mais pesados," afirma Arnaud Cassan, do Instituto de Astrofísica de Paris.

Os astrônomos utilizaram observações nas quais os exoplanetas são detectados pelo modo como o campo gravitacional das suas estrelas hospedeiras, combinado com o de possíveis planetas, atua como uma lente, ampliando a luz de uma estrela ao fundo.

Se a estrela que atua como uma lente tem um planeta em órbita, esse planeta pode contribuir de forma detectável para o efeito de brilho provocado na estrela de fundo.
Há mais planetas que estrelas na Via Láctea
A maior parte das observações desta pesquisa utilizou um telescópio dinamarquês instalado no observatório La Silla, no Chile, coordenado pelo Observatório Europeu do Sul. [Imagem: ESO/Z. Bardon]

Exoplanetas encontrados

As microlentes gravitacionais são uma ferramenta com potencial de conseguirem detectar exoplanetas que não poderiam ser descobertos de outro modo. No entanto, é necessário o alinhamento, bastante raro, entre a estrela de fundo e a estrela que atua como lente para que possamos observar este evento.

E, para descobrir um planeta, é preciso ainda que a órbita do planeta se encontre igualmente alinhada com a das estrelas, o que é ainda mais raro.

Embora encontrar um planeta por meio de microlente esteja longe de ser uma tarefa fácil, nos seis anos de procura, três exoplanetas foram efetivamente detectados: uma super-Terra e dois planetas com massas comparáveis à de Netuno e à de Júpiter.

Uma super-Terra tem uma massa entre duas a dez vezes a da Terra. Até agora foram publicados um total de 12 planetas detectados pela técnica de microlente, utilizando diversas estratégias observacionais.

Em termos de microlente gravitacional este é um resultado excepcional.

Ao detectar três planetas, ou os astrônomos tiveram imensa sorte e acertaram em cheio, apesar da baixa probabilidade, ou os planetas são tão abundantes na Via Láctea que este resultado era praticamente inevitável.

Mais planetas do que estrelas

Os astrônomos combinaram seguidamente a informação sobre os três exoplanetas detectados com sete detecções anteriores e com um enorme número de não-detecções durante os seis anos do trabalho.

A conclusão foi que uma em cada seis estrelas estudadas possui um planeta com massa semelhante à de Júpiter, metade têm planetas com a massa de Netuno e dois terços têm super-Terras.

O rastreio era muito sensível a planetas situados entre 75 milhões de quilômetros e 1,5 bilhões de quilômetros de distância às suas estrelas (no Sistema Solar estes valores correspondem a todos os planetas entre Vênus e Saturno) e com massas que vão desde cinco massas terrestres até dez massas de Júpiter.

A combinação destes resultados sugere que o número médio de planetas em torno de uma estrela seja maior que um. Ou seja, os planetas serão a regra e não a exceção.

"Anteriormente pensava-se que a Terra seria única na nossa Galáxia. Mas agora parece que literalmente bilhões de planetas com massas semelhantes à da Terra orbitam estrelas da Via Láctea," conclui Daniel Kubas, co-autor do artigo científico.
Bibliografia:

One or more bound planets per MilkyWay star from microlensing observations
A. Cassan et al.
Nature
12 January 2012
Vol.: Published online
Editado pela última vez por lulu em 11 Nov 2012, 22:05, em um total de 1 vez.
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
Alexandre
Moderador
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Mensagem por Alexandre »

...


"Anteriormente pensava-se que a Terra seria única na nossa Galáxia. Mas agora parece que literalmente bilhões de planetas com massas semelhantes à da Terra orbitam estrelas da Via Láctea," conclui Daniel Kubas, co-autor do artigo científico.

Agora multipliquemos isso pelo número de galáxias existentes no universo!! É realmente espantoso!! Acho praticamente certo afirmar sem medo de errar que não estamos sós.
A ausência da evidência não significa evidência da ausência.
Carl Sagan
Bem-aventurados os que não viram e creram.
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Oxxor
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Mensagem por Oxxor »

Boa tarde,

Somos apenas mais uns no cosmos, parece-me obvio.
Mas ultimamente tenho-me perguntado se isso é positivo ou negativo. O homem destroi todos os dias mais um bocadinho deste planeta, mais uma especie de animal se extingue, e dá-me a impressão que é a ideia que um dia teremos mais sitios para viver. Será mesmo assim?
Existem uma infinidade de planetas no universo, mas para o HOMEM só existe este mesmo e é deste que temos que cuidar.
Desculpem o lamento, é que acabei de ler uma listagem de animais extintos e de animais em vias de extinção. Caraças, que raio andamos nós a fazer?

Abraço a todos, e já agora acabei de plantar 4 arvores no meu quintal a ver se o meu filhinho ainda vai aprender que o verde é a cor da natureza.

Mais uma vez, desculpem o lamento.
lulu
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Mensagem por lulu »

Dê crédito à humanidade!

Há sinais de melhora.

Caso não melhore, confie na teoria de que "Quanto pior, melhor".
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
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SpaceGhost
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Mensagem por SpaceGhost »

Evolução.

O homem ainda está saindo da sua infância. Sua fase de descobertas destrutivas pode estar no fim.

Pensem bem, há meio século atrás, segundo o que a própria história nos conta, o homem era muito mais cruel e impune. Parece fácil aceitar isso, mas não é, porém temos que segurar firme.

Acredite, a Terra é grande e antiga demais para ser derrotada por um filhinho mal criado de apenas 200 mil anos.
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Cavaleiro
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Mensagem por Cavaleiro »

Lulu, acho que a comunidade científica nunca teve dificuldade em aceitar a existências de outros planeta noutros sois e mesmo com vida, no universo.
O problema a meu ver foi sempre as provas.

A comunidade científica não gosta muito de afirmar algo sem ter provas que baseiem a sua opinião para que a sua credibilidade nunca seja posta em causa. Assim preferem dizer que não a dizerem que sim.

Mas qualquer pessoa com um palmo de testa intui que no Universo não haver mais vida do que a nosa é absolutamente ridículo.

Agora que os exoplanetas estão a ser descobertos com uma frequência incrível, esse facto é já finalmente aceite e desconfio que com muito agrado para eles. É que finalmente podem falar sobre algo que eles sabiam que tinha de existir mas que a deontologia profissional os fazia ficar calados.

O mesmo se vai passar com a questão da vida extraterrestre. E não me refiro à vida microbiana, porque essa, à semelhança da questão inicial dos planetas, existe. Refiro-me à vida extraterrestre inteligente, mesmo a que ainda viva numa época idêntica à de 2012 anos atrás...
"Não podemos confundir os factos com aquilo que gostaríamos que eles fossem, sob pena de uma investigação séria sobre ovnilogia se transformar numa espécie de devaneio religioso."
de José Manuel Chorão
Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

"Mas qualquer pessoa com um palmo de testa intui que no Universo não haver mais vida do que a nosa é absolutamente ridículo."

Cavaleiro, pode parecer incrível, mas existem pessoas assim. Em sua maioria são os evangélicos, basta 5 minutos de prosa com um deles para descobri-lo... :(
Ad Honorem Extraterrestris
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Cavaleiro
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Mensagem por Cavaleiro »

Pois, eu sei. Eles e não só.
Sou obrigado a manter o que disse com o "palmo de testa" e o "ridiculo".
"Não podemos confundir os factos com aquilo que gostaríamos que eles fossem, sob pena de uma investigação séria sobre ovnilogia se transformar numa espécie de devaneio religioso."
de José Manuel Chorão