Alguns Dados sobre o Planeta Terra

É fundamental o estudo da astronomia em paralelo com a ufologia: evita-se enganos, e entende-se melhor o substrato das teorias. Este setor do fórum é aberto a questões puramente astronômicas. Debate dentro da metodologia científica - e sem choro.

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Alexandre
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Alguns Dados sobre o Planeta Terra

Mensagem por Alexandre »

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Paulo Araújo Duarte. Professor de Astronomia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina. Março/1999 - pduarte45@hotmail.com

· Diâmetro equatorial: 12.756,28 km. Valor adotado em 1976 pela União Astronômica Internacional (UAI) e pela União de Geodésia e Geofísica Internacional (UGGI) após medições com equipamentos modernos.

· Diâmetro polar: 12.713,5 km

· Densidade: 5,52

· Satélites: 1 (Lua)

· Distância ao Sol: 1 Unidade Astronômica (Em torno de 150 milhões de quilômetros)

· Área total do planeta: 510,3 milhões km2

· Área das terras emersas: 149,67 milhões km2 ( 29,31% )

· Área dos mares e oceanos: 360,63 milhões km2 ( 70,69% )

· Área do Oceano Pacífico: 179,25 milhões km2, incluindo Mar da China Meridional, Mar de Ojtsk, Mar de Bering, Mar do Japão, Mar da China Oriental e Mar Amarelo ( 49,7% das águas )

· Área do Oceano Atlântico: 106,46 milhões km2, incluindo Oceano Ártico, Mar do Caribe, Mar do Norte, Mar Mediterrâneo, Mar da Noruega, Golfo do México, Baia de Hudson, Mar da Groenlândia, Mar Negro e Mar Báltico ( 29,5% das águas )

· Área do Oceano Índico: 74,92 milhões km2, incluindo Mar da Arábia, Golfo de Bengala e Mar Vermelho ( 20,8% das águas )

· Profundidade média dos oceanos: 3.795 m

· Volume total das águas do planeta: 1,59 bilhões km³

· Circunferência da Terra no equador: 40.075 km

· Circunferência da Terra nos trópicos: 36.784 km

· Circunferência da Terra nos círculos polares: 15.992 km

· Circunferência da Terra nos meridianos: 40.003 km

· Diferença entre as circunferências equatorial e meridional: 72 km

· Velocidade orbital média: 29,79 km/segundo

· Idade da Terra: Em 1654, um arcebispo irlandês calculou, com base em textos bíblicos, que a Terra teria se formado às 9 horas do dia 26 de outubro de 4.004 a.C. Hoje, sabemos que a Terra tem em torno de 4,5 bilhões de anos. O Big bang teria ocorrido há 15 bilhões de anos atrás; as Galáxias teriam se formado há 13 bilhões de anos; as Primeiras estrelas teriam surgido há 10 bilhões de anos; o Sol teria se formado há 5 bilhões de anos; e a Terra há 4,5 bilhões de anos.

· Estrutura da Terra:

· Atmosfera: camada gasosa que vai até cerca de 1.000 km de altura

· Hidrosfera: conjunto das massas d'água, ocupando em torno de 70% da superfície

· Litosfera: camada superificial sólida, cuja espessura varia de 5 a 10 km sob os oceanos e de 25 a 90km nos continentes

· Manto: camada pastosa abaixo da litosfera ou crosta. Tem 2.900 km de espessura. Os elementos predominantes são: silício, alumínio, ferro, magnésio. A temperatura varia de 870°C junto à crosta até 2.200°C junto ao núcleo

· Núcleo: região interior da Terra, composta de ferro e níquel derretidos. A temperatura varia de 2.200°C a 5.000°C no interior. A parte central é formada de níquel e ferro em estado sólido devido às grandes pressões

· Atmosfera: Formada basicamente de Nitrogênio 78,084%, Oxigênio 20,946%, Argônio 0,934%, Outros gases 0,036%

· Divisão pelo critério térmico:

· Troposfera: vai até 12km de altura. Temperatura de 20°C a -60°C. Gradiente térmico negativo. Aviões a jato e balões andam por esta região

· Estratosfera: vai de 12 a 50 km de altura. Temperatura de -60°C a -5°C. Gradiente térmico positivo. É onde fica a Camada de Ozônio. Nela também chegam os Balões Meteorológicos, Aviões Supersônicos, Nuvens geradas por explosões atômicas e Matéria de erupções de vulcões

· Mesosfera: vai de 50 a 80 km. Temperatura de -5°C a -95°C. Gradiente térmico negativo. Nela ocorrem as reflexões das ondas de rádio

· Termosfera: vai de 80 a 500 km. Temperaturas de -95°C a 1000°C. Gradiente térmico positivo. Auroras polares, Nuvens noctilucentes. Reflexão das ondas de rádio

· Exosfera: vai de 500 a 800 km. É a região que antecede o espaço sideral e onde ficam muitos dos satélites artificiais. As moléculas gasosas começam a libertar-se da gravidade terrestre.

· Divisão pelo critério das condições químicas:

· Homosfera: até 100 km. Composição constante e regular. Predominam nitrogênio e oxigênio

· Heterosfera: de 100 a 500 km. Distribuição irregular dos gases. Predominam hélio e hidrogênio

· Exosfera: Acima de 500 km. Os gases começam a escapar da atração terrestre

· Deriva dos continentes:

· Há 400 milhões de anos havia o Pangea, que reunia todas as terras num único continente

· Há 225 milhões de anos o Pangea se parte no sentido leste-oeste, formando a Laurasia ao norte e Gondwana ao sul.

· Há 60 milhões de anos a Terra assume a atual conformação e posição dos continentes.

· Atualmente, a África e a América do Sul se afastam 7 cm por ano, ampliando a área ocupada pelo oceano Atlântico. O mar Vermelho está se alargando. A África migra na direção da Europa. A região nordeste da África está se partindo.

· Placas tectônicas: são os vários blocos em que a crosta está dividida. São separadas por grandes fendas vulcânicas em permanente atividade no fundo do mar, por onde o magma sobe para a superfície adicionando novos materiais à crosta, o que expande o fundo do mar e movimenta os blocos que formam a superfície em diferentes direções. Ao se movimentar, as placas se chocam entre si e provocam alterações no relevo. Em cada choque, a placa que apresenta menor viscosidade (mais aquecida) afunda sob a mais viscosa (menos aquecida). A parte que penetra tem o nome de Zona de Subducção.

· Formação do relevo: o relevo da Terra é influenciado pela ação de vários agentes que são responsáveis pela sua formação, desgaste e modelagem. Alguns agentes são internos e outros externos. Os principais são:

· Agentes internos: vulcanismo, tectonismo, abalos sísmicos.

· Agentes externos: ventos, chuvas, insolação, marés, animais, vegetação, ação do homem.

· Pontos mais altos do planeta:

· Na Ásia: Everest, no Nepal/China (8848 m ); K2, no Paquistão/China (8611 m ); Kanchenjunga, no Nepal/India (8597 m)

· Na América do Sul: Aconcágua (6959 m Argentina/Chile), Ojos del Salado (6880 m Argentina/Chile)

· Na América do Norte: McKinley (6194 m Alasca), Logan (5959 m Canadá)

· Na África: Kilimanjaro (5895 m Tanzânia)

· Na Europa: Monte Elbrus (5642 m Rússia), Mont Blanc (4807 m França/Itália)

· Extremos geográficos:

· Local mais chuvoso: monte Waialeale (Hawai, EUA) 11.680 mm anuais (Média de 974mm por mês). Chega a chover 350 dias por ano.

· Local mais seco: Deserto de Atacama, no Chile. Sem chuva durante 1571 anos (de 400 a 1971)

· Local mais quente: El Azizia, na Libia, com 58°C em 13/set/1922

· Local mais frio: Estação Vostok, na Antártica, com -89,2°C em 21/jul/1983

· Principais movimentos da Terra:

· 1- Rotação: em torno do próprio eixo em 23h 56min 4s. De Oeste para Leste. Velocidade de 1670 km/h no equador ou 0,47 km/s

· 2- Revolução: em torno do Sol em 365d 5h 48min 45,97s (365d 6h). Velocidade de 107.244 km/h ou 29,79 km/s. Com o eixo de rotação inclinado 23°27’ em relação ao eixo da eclíptica

· 3- Precessão: O eixo da Terra faz um círculo em torno do eixo da eclíptica no período aproximado de 26 mil anos, fazendo com que mude a posição dos polos celestes. Há 4 mil anos, o polo norte estava próximo da estrela alfa Draconis. Hoje está a 1 grau da Estrela Polar ou alfa da Ursa Maior. Dentro de 12 mil anos estará próximo à estrela Vega ou alfa de Lira. Este movimento faz mudar também a posição do Ponto Gama por entre as constelações zodiacais. Hoje, o Ponto Gama está na constelação de Peixes (Era de Peixes), entrando em Aquário mais ou menos no ano 2.600

· 4- Excentricidade da órbita: o movimento de revolução da Terra às vezes é mais achatado e outras vezes mais circular. Há 108 mil anos, era 3 vezes mais achatado do que hoje. Dentro de 24 mil anos, a excentricidade atingirá o seu mínimo, quando a órbita da Terra será quase um círculo.

· 5- Deslocamento do Periélio: faz-se em 21 mil anos. Motivo: influências gerais dos planetas. O eixo maior da órbita da Terra (linha dos apsides) se desloca, fazendo com que o periélio e o afélio se mova também. A passagem de um periélio retornará à mesma data a cada 21 mil anos. Atualmente ocorre a 2 de janeiro. Daqui a 6.400 anos ocorrerá no equinócio de outono; daqui a 11.500 anos, no solstício de inverno; e dentro de 21 mil anos, novamente a 2 de janeiro, no solstício de verão.

· 6- Variação da Obliqüidade: movimento de balanço que o eixo da Terra faz, chegando a um máximo de 24°30' e mínimo de 22° . Hoje, o eixo da Terra está inclinado 23° 27’ em relação ao Eixo da Eclíptica, decrescendo 47" por século. É um movimento que ocorre por causa de perturbações provenientes da ação conjunta dos planetas e do Sol ao longo da órbita anual de nosso planeta.

· 7- Nutação: parecido com a precessão dos equinócios, só que em escala bem menor, fazendo o eixo da Terra descrever uma pequena elipse em cerca de 18 anos e 7 meses.


8- Perturbações planetárias: movimentos irregulares e pouco previsíveis que podem ser provocados pela força gravitacional de outros planetas, principalmente Vênus e Júpiter.
9- Movimento do Centro de Massa Terra-Lua: trata-se do giro que faz o centro de massa do sistema Terra-Lua em torno do Sol.
10-. Movimento em torno do Centro de Massa do sistema solar: movimento de revolução ou translação que a Terra faz em torno do centro de massa do sistema solar (centro de massa que existe entre o Sol e todos os seus planetas).
11- Movimento de marés: trata-se da contração e descontração do globo terrestre em razão da força gravitacional da Lua e do Sol.
12- Rotação da nossa galáxia: a Via-Láctea gira em torno de seu centro, fazendo uma volta completa em torno de 250 milhões de anos. Assim, o Sol e todos os planetas (inclusive a Terra) giram também em volta do centro da galáxia.
13- Translação da nossa galáxia: como todo o universo está em expansão, nossa galáxia também viaja no espaço. Assim, a Terra e todos os demais planetas, inclusive Lua e Sol, estão se deslocando junto com a Via-Láctea.
14- Variação dos Pólos: seria uma variação da posição dos pólos da Terra em razão de algumas causas, como o deslocamento das placas tectônicas. (?) Apesar de que conste em algumas obras, não concordo que este seja um movimento propriamente dito de nosso planeta, pois trata-se de deslocamento dos seus pólos geográficos por algumas causas, como a movimentação das placas tectônicas e do núcleo de nosso planeta. Então, não se trata de um movimento do planeta e sim variações da posição do eixo magnético que não são causadas por balanço do planeta. Creio que este movimento não deveria ser considerado.



· Eras Geológicas. Segundo Viktor Leinz e Josué Camargo Mendes, o quadro cronológico que reflete os vários momentos da história geológica da Terra é o seguinte:

·




ERA
PERÍODO
ÉPOCA
TEMPO


Quaternário
Holoceno
25 mil anos atrás



Pleistoceno
1 milhão

Cenozóica
=============
=============
=============


Terciário
Plioceno
12 milhões



Mioceno
23 milhões



Oligoceno
35 milhões



Eoceno
55 milhões



Paleoceno
70 milhões

=============
=============
=============
=============


Cretáceo

135 milhões

Mesozóica
Jurássico

180 milhões


Triássico

220 milhões

=============
=============
=============
=============


Permiano

270 milhões


Carbonífero

350 milhões

Paleozóica
Devoniano

400 milhões


Siluriano

430 milhões


Ordoviciano

490 milhões


Cambriano

600 milhões

=============
=============
=============
=============

Pré-Cambriana ou Arqueozóica


Anterior a 600 milhões de anos


· Glaciações: a Terra já passou, pelo menos, por 3 grandes períodos glaciais.

· No período Pré-Cambriano, anterior a 600 milhões de anos;

· No Paleozóico Superior, entre 600 e 225 milhões de anos atrás;

· No Pleistoceno, entre 1,8 milhões de anos até 11 mil antes do presente. Este período ficou conhecido por "idade das glaciações";

· Contudo, sabe-se também que a Terra deve ter passado por períodos glaciais de curta duração, como foi o caso da chamada "Pequena Era Glacial" que ocorreu entre os anos de 1645 e 1715 de nossa era.

· Estações do ano no hemisfério sul:

· Verão (21/dez a 21/mar)

· Outono (21/mar a 21/jun)

· Inverno (21/jun a 23/set)

· Primavera (23/set a 21/dez)

· Alguns aspectos humanos:

· População mundial: 5,8 bilhões em 1997

· Taxa de crescimento demográfico: 1,6% ao ano

· A população mundial cresce na proporção de 1 bilhão a cada 11 anos

· Expectativa média de vida: 65 anos. A mais baixa está nos países do sul do Saara, que é de 52 anos.

· Mortalidade infantil média no mundo: 13,5% entre as nascidas vivas. Nos países desenvolvidos é 1,1%.

· Na África Central é de 17,5%.

· Concentração urbana: 45% da população mundial vive em cidades. Nos países desenvolvidos, 73% vivem em cidades. Nos países pobres temos 35% da população vivendo em cidades.

· A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que 1/5 da população de países em desenvolvimento passa fome, enquanto que 1/4 da população não tem acesso a facilidades básicas, como água potável, e 1/3 vive em absoluta pobreza.

· Número de nascimentos no mundo:

· Por ano: 86.000.000 (projeção da ONU para o período de 1996 a 2015)

· Por mês: 7.166.667

· Por semana: 1.791.667

· Por dia: 255.953

· Por hora: 10.665

· Por minuto: 178

· Por segundo: 3

FONTES CONSULTADAS

ALMANAQUE ABRIL multimídia. São Paulo, Editora Abril, 1995
ALMANAQUE ABRIL multimídia. 4. edição. São Paulo, Editora Abril, 1997
ALMANAQUE ABRIL. São Paulo, Editora Abril, 1998
AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. São Paulo, Difel, 1986
LEINZ, Viktor, MENDES, J. C.. Vocabulário Geológico. São Paulo, Cia Editora Nacional, 1963
LEINZ, Viktor, AMARAL, S. E. do. Geologia Geral. São Paulo, Cia Editora Nacional, 1966
MATSUURA, Oscar T. Atlas do universo. São Paulo, Scipione, 1996
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Anuário de Astronomia 1993. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1992
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Anuário de Astronomia 1996. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1996
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Anuário de Astronomia 1997. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Anuário de Astronomia 1998. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Anuário de Astronomia 1999. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1999
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Da Terra às Galáxias. Petrópolis, Vozes, 1984
PERSPECTIVES ON AN OCEAN PLANET. Califórnia, Topex/Poseidon, 1995. Multimídia
POPP, José Henrique. Geologia Geral. São Paulo, LTC, 1987
TUBELIS, A., NASCIMENTO, F. J. Lino do. Meteorologia descritiva. São Paulo, Nobel, 1986
VIANELLO, Rubens Leite, ALVES, Adil R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, UFV, 1991
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lulu
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Mensagem por lulu »

Muito boas as informações. Não sabia que a atmosfera chegava a 1.000 km, afinal, a estação espacial está numa órbita de aproximadamente 400 km e a maioria dos satélites ficam por aí, a chamada órbita baixa. Pensei que "em órbita" fosse sinônimo de fora da atmosfera.

O que sabemos sobre Marte?
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
Alexandre
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Mensagem por Alexandre »

...
lulu escreveu:O que sabemos sobre Marte?
Pois não lulu, segundo a Wikipédia...lá vão alguns dados... :wink:


Geografia de Marte
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Imagem

Mapa topográfico de Marte, cortesia do NASA Goddard Space Flight Center, fotografadas pelo Mars Global Surveyor. As formações principais visíveis incluem os vulcões de Tharsis no oeste (incluindo o Monte Olimpo), o Vales Marineris ao este de Tharsis e, e a cratera Hellas no hemisfério sul.A "geografia" de Marte, também conhecida como areografia, aborda a divisão e caracterização de regiões geográficas de Marte. A geografia marciana centra-se principalmente no que se conhece como geografia física na Terra; isto é a distribuição de características físicas ao redor de Marte e suas representações cartográficas.




História

As primeiras observações foram, supostamente feitas por telescópios na superfície terrestre. A história destas observações está marcada pelas oposições de Marte, quando o planeta está mais próximo da Terra e por isso é mais facilmente visível, o qual ocorre uma vez a cada dois anos. Inclusive mais notáveis são as oposições periélicas de Marte, que ocorrem a cada aproximadamente 16 anos, e se distinguem pelo fato de Marte se encontrar próximo do periélio, ficando ainda mais próximo à Terra. Em setembro de 1877, (uma oposição periélica tinha ocorrido em 5 de setembro), o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli publicou o primeiro mapa detalhado de Marte. Estes mapas continham características as quais denominou canali ("canais"), que mais tarde se demonstrou eram unicamente ilusões óticas. Supôs-se que estes canali eram linhas longas e delgadas na superfície de Marte, que receberam nomes de rios famosos da Terra. Seguindo estas observações, sustentou-se durante longo tempo a crença de que Marte continha vastos mares e vegetação. Essa crença pairou até as primeiras naves espaciais visitaram o planeta durante o programa Mariner da NASA nos anos 60, que estes mitos foram contestados. Alguns mapas de Marte foram elaborados usando dados destas missões, mas foi apenas com o lançamento da missão Mars Global Surveyor, lançada em 1996 e concluída em 2006, que se obtiveram mapas completos e elaborados.




Topografia

Mapa de elevação de Marte baseado nos dados do Mars Global Surveyor


Imagem



Marte, 2001, com as calotas polares visíveis

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Região do pólo norte com a calota de gelo visível (Cortesia: NASA/JPL-Caltech.)
Imagem



Na topografia marciana existe uma dicotomia destacada: no norte abundam planícies retilíneas cobertas por camadas de lava, em contraste com os terrenos montanhosos do sul, escavados e povoados de crateras de impacto. A superfície de Marte segundo vista desde a Terra está, em conseqüência, dividida em dois tipos de áreas, com diferentes albedos. As planícies mais pálidas cobertas de pó e areia rica em óxidos de ferro de tons avermelhados foram antigamente concebidas como 'continentes' marcianos, e assim se lhes atribuiu nomes como Arabia Terra ou Amazonis Planitia. Os terrenos mais escuros foram então concebidos como mares, e se lhes atribuiu nomes como Mare Erythraeum, Mare Sirenum e Aurorae Sinus. O terreno escuro maior visto desde a terra é Syrtis Major. O vulcão Monte Olimpo é, com seus 26 km de altura, a montanha conhecida mais alta do Sistema Solar. O vulcão encontra-se num vasto território montanhoso conhecido como Tharsis, que contém outros grandes vulcões. A região de Tharsis contém o maior sistema de cânions do Sistema Solar, o Vales Marineris, que mede uns 4.000 km de longo e atinge 7 km de profundidade. Marte é um planeta marcado por um grande número de crateras de impacto. O maior deles é Hellas Planitia, coberto por areia de tons vermelhos claros. Marte apresenta duas camadas polares de gelo permanente: uma ao norte, localizada no Planum Boreum, e outra ao sul, no Planum Australe. A diferença entre os pontos mais alto e mais profundo de Marte é de ao redor de 31 km (desde a cume do Monte Olimpo a uma altitude de 26 km, até o fundo do cráter de Hellas Planitia a uma profundidade de 4 km por embaixo do datum). Em comparação, a diferença entre os pontos mais alto (Monte Everest) e mais profundo (Fossa das Marianas) da Terra é de só 19,7 km. Combinados com a diferença nos rádios de ambos planetas, estes dados significam que Marte é cerca de mais três vezes áspero que a Terra. O Working Group for Planetary System Nomenclature, da União Astronômica Internacional é o órgão responsável pelos nomes atribuídos aos acidentes geográficos marcianos.


Nível do mar


Já que Marte carece de oceanos, e por isso não tem 'nível do mar', é conveniente definir um nível arbitrário de elevação zero ou "datum" para cartografiar a superfície. O datum de Marte é definido em termos da altura à que o ar tem uma pressão particular, a uma temperatura próxima ao ponto de fusão do água: uma pressão de 610,5 Pa (6,105 mbar), aproximadamente o 0,6% da pressão terrestre, à temperatura de 273.16 K. Esta pressão e temperatura correspondem com o ponto triplo da água. As condições em Marte são tão diferentes das da Terra, que as altitudes de Marte não deveriam ser diretamente comparadas com as da Terra para propósitos como encontrar vida, potenciais regiões aptas para estabelecer colônias, etc..


Meridiano zero


O equador marciano é definido por seu rotação, mas a localização de sua meridiano zero (o equivalente marciano do meridiano de Greenwich) foi especificada, como no caso da Terra, pela eleição de um ponto arbitrário que foi aceitado por observadores posteriores. Os astrônomos alemães Wilhelm Beer e Johann Heinrich Mädler escolheram um pequeno acidente circular como ponto de referência quando produziram o primeiro mapa sistemático de Marte entre os anos 1830-32. Em 1877, sua eleição foi adotada como o meridiano zero pelo astrônomo Giovanni Schiaparelli quando começou a trabalhar em seu notável mapa de Marte. Após a missão Mariner 9 ter fornecido uma significante quantidade de imagens e dados da superfície de marte em 1972, uma pequena cratera (posteriormente chamada Airy-0), localizada no Sinus Meridiani ao longo da linha de Beer e Mädler, foi escolhida por Merton Davies da RAND Corporation como uma definição mais precisa da longitude 0.0°, quando foi estabelecida uma rede de controle planetográfica.




Nomenclatura antiga


Ainda que tenham sido feitos mapas da Lua desde 1830, Johann Heinrich Mädler e Wilhelm Beer foram os primeiros "aerógrafos". Começaram por estabelecer que muitos dos elementos que viam eram permanentes, determinando assim o período de rotação do planeta. Em 1840, Mädler combinou dez anos de observações para criar o primeiro mapa de Marte. Em lugar de outorgar nomes ao que viam, Beer e Mädler simplesmente lhes atribuíram letras. Desta forma, Sinus Meridiani passou a ser "a". Nas duas seguintes décadas, conforme os instrumentos melhoravam e o número de observadores aumentava, alguns destes elementos adquiriram vários nomes populares. Por dar alguns exemplos, Solis Lacus ficou conhecido como "Oculus" (o olho), e Syrtis Major ficou conhecido como "Mar do relógio de areia" e o "Escorpião". Em 1858, estabeleceu-se o "Canal Atlântico" pelo astrônomo jesuíta Angelo Secchi. Secchi comentou que parecia cumprir o mesmo papel que o Atlântico, separando o Novo do Velho continente. Esta foi a primeira vez que se usou o termo canal foi usado sobre Marte. Em 1867, Richard Anthony Proctor desenhou seu próprio mapa de Marte, baseando-se, às vezes de maneira aleatória, nos contemporâneos desenhos do reverendo William Rutter Dawes, feitos em 1865, os mais precisos disponíveis naquela época. Proctor explicou seu sistema de nomenclatura dizendo: "Apliquei aos diversos elementos os nomes daqueles observadores que estudaram as peculiaridades físicas de Marte." Aqui estão alguns de seus nomes, junto aos que propôs Schiaparelli:

Mar de Kaiser = Syrtis Major
Terra de Lockyer = Hellas Planitia
Mar principal = Lacus Moeris
Estreito de Herschel II = Sinus Sabaeus
Continente de Dawes = Aeria Terra e Arabia Terra
Oceano Da Rue = Mare Erythraeum
Mar de Lockyer = Solis Lacus
Mar de Dawes = Tithonius Lacus
Continente de Madler = Chryse Planitia, Ophir, Tharsis
Mar de Maraldi = Maria Sirenum e Cimmerium
Continente de Secchi = Memnonia
Mar de Hooke = Mare Tyrrhenum
Terra de Cassini = Ausonia
Continente de Herschel I = Zephyria, Aeolis, Aethiopis
Terra de Hind = Libya Montes
A nomenclatura de Proctor foi criticada com freqüência principalmente por ter honrado principalmente a astrônomos ingleses, mas também porque alguns apareciam mais de uma vez. Particularmente, Dawes aparecia seis vezes: num oceano, um continente, um mar, um estreito, uma ilha, e uma baía. Em qualquer caso, os nomes de Proctor não careciam de encanto, e foram a base para muitos outros nomes dados posteriormente aos acidentes visíveis de Marte.


Nomenclatura moderna


Atualmente, os nomes em Marte derivam de muitas fontes. Muitas das características do albedo mantêm seus nomes antigos, mas com freqüência foram modificadas para refletir os novos conhecimentos de que se dispõe. Por exemplo, Nix Olympica (as neves do Olimpo) passaram a ser o Olympus Mons (Monte Olimpo). As crateras maiores de Marte recebem nomes de cientistas e de escritores de ficção científica; as menores levam nomes de cidades da Terra. Alguns destes acidentes estudados pelo Mars Exploration Rover receberam nomes ou apelidos temporários. No entanto, alguns dos mais notáveis como as colinas Columbia receberam nome em homenagens aos sete astronautas que pereceram na acidente do ônibus espacial Columbia, na esperança de que estes nomes sejam lembranças permanentes na União Astronómica Internacional.
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Mensagem por Euzébio »

Não há uma imagem do polo sul marciano?
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Mensagem por Alexandre »

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Sim, temos...ei-la.-

Imagem


Planum Australe
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Planum Australe, fotografia da Mars Global Surveyor.Planum Australe (em latim: "o plano austral") é o pólo sul do planeta Marte. Estende-se para o sul desde as latitudes 75°S, e está centrado em torno das coordenadas 83.9ºS, 160.0ºE. A geologia desta região foi explorada pela frustrada missão da NASA Mars Polar Lander, que perdeu o contato com a Terra durante sua entrada na atmosfera de Marte.


Capa polar

O Planum Australe encontra-se parcialmente coberto por um capa polar permanente de uns 3 km de espessura, composta de gelo de água e dióxido de carbono. Uma capa de gelo sazonal forma-se acima da permanente durante o inverno marciano, estendendo-se desde 60°S em direção ao sul, atingindo uma espessura de 1 metro nas épocas mais frias do inverno. É possível que o área da capa polar esteja retrocedendo devido a uma mudança climática localizada ou a um acontecimento mais amplo, um aquecimento global em Marte.



Em 1966, Leighton e Murray propuseram que as capas polares marcianas contivessem um estoque de CO2 bem maior que a atmosfera. No entanto, atualmente pensa-se que ambos pólos estão compostos majoritariamente de gelo de água. Ambos os pólos exibem uma delgada coberta sazonal de CO2, enquanto ademais a capa polar sul contém um depósito de CO2 permanente, de 8 a 10 metros de espessura que se encontra acima do depósito de gelo de água. Talvez o argumento a favor para a tese de que a maioria do gelo é água, é que o gelo de CO2 não é o suficientemente forte mecanicamente para formar um calota estável de 3 km de espessura por longos períodos de tempo.


Dados da Mars Express da ESA indicam que na calota polar podem se distinguir três partes principais. A parte mais refletiva da capa é composta por aproximadamente um 85% de gelo seco e 15% de gelo de água. A segunda parte, onde a capa se delimita com as planícies circundantes, é composta quase exclusivamente de gelo de água. Finalmente, a calota de gelo é circundada por campos de permafrost que se estendem dezenas de quilômetros para o norte.



O centro da calota polar permanente não se encontra localizado a 90º S, mas a aproximadamente a 150 km ao norte do pólo sul geográfico. A presença de duas regiões repletas de crateras de impacto no hemisfério ocidental (Hellas Planitia e Argyre Planitia) criam uma escarpa sobre o capa de gelo permanente. Os conseqüentes padrões climáticos derivados deste fato produzem neve branca e esponjosa com um alto albedo, em contraste com a neve mais escura que se forma na parte oriental da região polar.



Aranhas marcianas

Um fenômeno único associado à capa polar do sul de Marte é o aparecimento de formações geológicas que têm aspecto de teia de aranhas, segundo o gelo de dióxido de carbono se derrete na primavera marciana. Estas formações recebem o nome de aranhas marcianas. A formação destas estruturas não é completamente conhecida, havendo várias teorias propostas por astrogeólogos.


Acidentes geográficos

Mapa topográfico do pólo sul marciano. Note-se como o Planum Australe se eleva acima dos terrenos circundantes, povoados de crateras.Distinguem-se dois sub-regiões no Planum Australe: Australe Lingula e Promethei Lingula, seccionadas por vários cânions: Promethei Chasma, Ultimum Chasma, Chasma Australe e Australe Sulci. Teoriza-se que estes cânion são produto do vento catabático. A maior cratera de Planum Australe é a cratera McMurdo.
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Mensagem por Latorre »

"Alguns" dados foi sacanagem ná!? O pessoal entrevou o dossiê completo da bichinha! Hehehehe!

Bom trabalho. Merece ser fixo.
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Mensagem por Alexandre »

...


A Grande Mãe agradece. :D
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Mensagem por enoch »

Muito boa essas informações.Parabens
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Cavaleiro
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Mensagem por Cavaleiro »

lulu escreveu:... Não sabia que a atmosfera chegava a 1.000 km, ...
Pois, há aqui u zero a mais.

"A linha Kármán, a 100 km de altitude, é considerada frequentemente como o limite entre atmosfera e o espaço exterior."
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera_terrestre
"Não podemos confundir os factos com aquilo que gostaríamos que eles fossem, sob pena de uma investigação séria sobre ovnilogia se transformar numa espécie de devaneio religioso."
de José Manuel Chorão