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Imagens de satélite mostram polêmica Área 51

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Área 51 - não ultrapasse
Placas ao longo da Área 51 advertem: invasores serão punidos

Ela está na mente de dez entre dez estudiosos ou interessados em Ufologia. Não são poucas as histórias que inserem a “secreta” e paradoxalmente famosa Área 51 nas teses de conspirações e desenvolvimento de tecnologias a partir de conhecimentos alienígenas. Localizada no leito seco do lago Groom (Groom Dry Lake), no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, a base que até bem pouco tempo o governo norte-americano não admitia a existência ganhou destaque na Internet através de um site que nada tem a ver com Ufologia. Trata-se da TerraServer (http://www.terraserver.com), sediada em Raleigh, EUA, uma página de venda de imagens obtidas por satélites que no dia 17 de abril ficou com seus servidores completamente congestionados após colocar no ar uma série de fotografias da Área 51.

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Sua bombástica apresentação sim, mas as imagens propriamente ditas não são novas. Foram obtidas em 15 de março de 1998, e também não mostram muito mais do que já era sabido pela comunidade ufológica: no local, ônibus, carros e uma série de instalações militares como prédios, galpões, armazéns, hangares e pistas fazem dela um grande complexo para o desenvolvimento de novas tecnologias. No entanto, não há qualquer outro indício que ligue a base às fantásticas alegações sobre sua finalidade: testes de aeronaves e equipamentos de origem extraterrestre ou de tecnologia híbrida, misturando componentes desenvolvidos na Terra com peças confeccionadas a partir da engenharia reversa de naves espaciais vindas dos confins do Universo.

O trabalho é resultado do esforço conjunto de grandes empresas como a Aerial Images Inc, Microsoft, Compaq, Kodak e a empresa Sovinformsputnik, o braço comercial da Agência Russa de Aviação e Espaço, responsável pelo satélite Kometa, que produz as imagens. Sua definição chega a 2 metros, e as imagens podem ser compradas através da própria Internet, por qualquer internauta disposto a pagar de U$ 8,95 uma cópia digital a U$ 30,00 uma cópia em papel.

Como um setor da base área de Nellis, a Área 51 foi construída em 1954, sob a supervisão da CIA. A pouco mais de 120 km ao norte de Las Vegas, seus 9 mil hectares sequer eram reconhecidos pelo governo norte-americano até 1994, quando um porta voz da força aérea admitiu que a base de Nellis tinha em Groom Dry Lake instalações para “teste, treinamento de tecnologias, operações e sistemas críticos para o efetivo das forças militares dos Estados Unidos”. Até abril desse ano, esse foi o único comentário oficial a respeito da base.

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Mesmo assim, desde sua inauguração, o rigor do controle de acesso ao local se mostra evidente nas placas de sinalização, proibindo visitantes e alertando que o uso de força letal contra invasores é permitido. Não foram poucos os documentários televisivos a respeito da base onde as equipes de reportagem foram recebidas de forma bastante hostil, incluindo perseguições em terra por helicópteros e acrobacias aéreas de caças da USAF para afugentar os xeretas de plantão.

Conhecida por apelidos diferentes, como “Dreamland” (Terra dos Sonhos) ou “O Rancho”, a base sabidamente foi crucial no desenvolvimento de muitos projetos secretos, os “Black Projects”. Nos anos 50 e início dos 60, foi usada pela Comissão de Energia Atômica para detonação de bombas acima do solo. A partir de então, tornou-se referência para testes de aviões ultra-secretos, entre eles o espião U-2, o atualmente aposentado SR-71 “Blackbird” (até hoje, oficialmente, o mais rápido avião espião do mundo), além de aeronaves com a tecnologia stealth (de invisibilidade eletrônica) recentemente tornadas públicas, como o caça F-117 e o bombardeiro Northrop B-2, entre outros.

Entre os especialistas em aviação, inteligência e mesmo Ufologia, há rumores de que lá está sendo desenvolvida a nova geração de aeronaves, um projeto de codinome Aurora, um avião hipersônico stealth com habilidades inimagináveis e propulsão revolucionária.

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Testes de equipamentos de tecnologia híbrida na Área 51

A concordância entre as teorias convencionais e as teorias ufológicas sobre a finalidade da Área 51 têm poucas coisas em comum, além do inegável esquema de segurança e o codinome do projeto Aurora. Para os ufológos, o projeto é sinônimo do que há de mais moderno em tecnologia híbrida, ou seja, a mistura de conhecimentos terrestres com tecnologias extraterrestres obtidas pela captura de naves alienígenas acidentadas e suas tripulações.

Com o aumento da popularidade garantido através das citações em seriados como o “Arquivo X” ou filmes como “Independence Day”, a crença transformou a Área 51 numa espécie de meca da Ufologia, só perdendo para Roswell, no Novo México, onde muitos acreditam ter sido capturado um disco-voador acidentado em 1947. Anualmente, milhares de entusiastas do tema rumam para as cercanias da base em busca de avistamentos de UFOs. Incrivelmente, não foram poucas as vezes em que foram vistas estranhas luzes desenvolvendo incríveis manobras. As aparições já foram filmadas e fotografadas em diversas ocasiões, mas sempre à distância, dada a repressiva ação da segurança ao redor da base.

Evidências para comprovar a fantástica alegação? A melhor delas é o depoimento do auto-intitulado físico Robert “Bob” Lazar. Em maio de 89 ele surgiu em um documentário na TV, afirmando ter trabalhado durante 5 meses na Área 51, a partir de dezembro de 1988. Usando a identidade fictícia de “Dennis” e sem permitir que sua imagem ou sua voz fossem reveladas, garantiu que o governo dos EUA estava pesquisando nove discos voadores e tentava adaptar a tecnologia das naves alienígenas aos seus próprios projetos militares. A razão de tanto segredo em torno de sua identidade, esclareceu, era que ele e sua família estavam sendo ameaçados de morte. Em novembro de 89, Lazar resolveu aparecer em público. Seria menos difícil garantir sua segurança, acreditava, expondo-se de uma vez.

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A história de Lazar é uma das mais detalhadas que se tem em toda a Ufologia. Explicou haver um lugar ainda mais secreto dentro da Área 51, conhecido como S-4, uma instalação subterrânea próxima ao lago Papoose, onde as naves alienígenas estariam guardadas. Lá, junto com outros 21 engenheiros, ele era contratado para estudar os sistemas de propulsão dos discos voadores, uma atividade que ficou conhecida como “engenharia reversa”.

No início, o físico pensava estar trabalhando com uma tecnologia altamente sofisticada mas criada pelo próprio homem. No entanto, quando teve acesso ao interior de um dos aparelhos, convenceu-se de que se tratava de algo de outro mundo. Seu relato é longo. Fala de características das naves, seu sistema de propulsão, e chegou cunhar o apelido de “modelo esporte” para um suposto modelo de nave extraterrestre cujo desenho é um dos mais difundidos em todo o planeta. Descreve ainda encontros com ETs cinzas provenientes de Zeta Reticuli, de braços e pernas alongados e cabeças desproporcionais.

Há muitas outras declarações bombásticas no testemunho de Lazar. Contudo, até hoje pesa sobre sua credibilidade o fato de não poderem ser confirmadas suas credenciais como físico, como ex-funcionário do Programa Guerra nas Estrelas (de defesa espacial, no governo Ronald Reagan) e funcionário da própria Área 51. Mas ele tem uma boa desculpa: apagar qualquer registro de seu trabalho foi a forma que o governo encontrou para desacreditá-lo.

A aparição de Lazar na mídia já incentivou outros supostos funcionários da base a falarem. Em geral, os novos testemunhos corroboram as declarações do físico. Mas continuam faltando provas, o suficiente para reforçar os argumentos dos críticos de Bob Lazar, que lembram sua prisão por envolvimento com um bordel em Las Vegas, em 1990, e o fato de maquetes de UFOs e materiais diversos baseados em sua declarações estarem vendendo aos borbotões em todo o mundo.

A atividade continua

Na Internet, centenas de sites dedicam-se à Área 51 e aos seus mistérios ufológicos. O interesse da comunidade virtual ficou evidente nos problemas enfrentados pelo site TerraServer, que ficou completamente congestionado nos três primeiros dias logo após a divulgação das imagens. Em entrevista exclusiva à Revista Vigília (veja entrevista completa), David Mountain, diretor do departamento de marketing da Aerial Images Inc, principal responsável pelo Terraserver.com, revelou que a visitação à página superou em dez vezes o volume total de visitas diárias da página, tamanho foi o alvoroço gerado pela novidade.

Um dos sites que conta a história da base secreta e melhor analisa as imagens, no entanto, não tem objetivos Ufológicos. Trata-se da homepage da Federation of American Scientists (FAS – http://www.fas.org), com sede em Washington, que dedica-se a estudos sobre segurança global. O site conta com o apoio de mais de cinco dezenas de ganhadores de prêmios Nobel. Lá, os visitantes encontram comparações a respeito do desenvolvimento da Área 51 em relação a 1968, quando outra incursão de um satélite espião russo obteve imagens do local. A seção da HP da FAS dedicada à base compara edificações novas e antigas, avaliando sua provável utilidade.

Há também fotos exclusivas. Numa iniciativa denominada “Public Eyes” (olhos do público) a FAS reproduz imagens ainda mais recentes, encomendadas da empresa Space Imaging (http://www.spaceimaging.com). As fotos foram feitas em 2 de abril e divulgadas poucas horas depois da campanha empreendida pela TerraServer. As novas imagens foram produzidas pelo satélite IKONOS, com resolução ainda maior, de 1 metro, e também podem ser compradas via Internet.

Representação em foto-montagem do Aurora sendo reabastecido em vôo
Representação em foto-montagem do Aurora sendo reabastecido em vôo

John E. Pike, escritor de ciência e experiente consultor para assuntos relativos a Serviços de Inteligência, é o responsável pela homepage FAS. Ele comentou por e-mail, à Revista Vigília, as especulações ufológicas sobre o uso de tecnologia alienígena na base. “Não há evidência nenhuma para a tal tecnologia ‘hibrida’”, disse. Apesar de a base estar bastante visível na imprensa e na Internet, sobretudo agora com as novas imagens, John Pike acredita que a atividade não cessou: “evidentemente, já que as imagens do IKONOS mostram muitos carros no estacionamento lotado”, ponderou.

Na realidade, a atividade já havia sido admitida pela própria porta-voz da Força Aérea americana, Gloria Cales, no mesmo dia em que a imprensa divulgou a publicação das imagens pela TerraServer. “Sim, nós temos uma base funcionando ali, mas o trabalho realizado é secreto”, explicou. Cales disse, apenas, que a Área 51 realiza “operações vitais para as Forças Armadas e a segurança nacional”.

TerraServer diz que não recebeu qualquer tipo de pressão do governo

Em entrevista ao Portal Vigília, David Mountain, diretor do departamento de marketing da Terraserver.com –administrada e operada pela Aerial-Images, Inc.– comentou a divulgação das imagens da Área 51. Ele esclareceu que o governo americano não criou caso com a divulgação, e forneceu mais detalhes sobre o trabalho de obtenção das fotos. Confira:

Revista Vigília: Como surgiu a oportunidade de obter as imagens da Área 51?
David Mountain: Nós estamos trabalhando com a Agência Espacial Russa (SOVINFORMSPUTNIK) faz algum tempo. Temos operado o TerraServer.com por cerca de dois anos, e a localização mais freqüentemente solicitada desde que nós começamos era a Área 51. Quando a oportunidade de obter as imagens surgiu, nós pulamos sobre ela.

Vigília: Quantas imagens são no total?
David: Nós temos um total de cinco imagens, cada uma cobre uma área de 6,4 mil quilômetros quadrados do terreno da área, com 10% de sobreposição entre as imagens. Assim, temos um total de cerca de 30 mil quilômetros quadrados de cobertura para essa parte do mundo.

Vigília: Vocês tiveram algum tipo de problema com o governo americano para divulgá-las?
David: Realmente não. Os militares dos Estados Unidos usualmente são objeto de vigilância dos satélites, então eles (publicamente, pelo menos) não aparentam ver isso como uma questão maior.

Vigília: Notamos um tráfego pesado na homepage TerraServer.com. Você acredita que tenha sido resultado da divulgação das imagens da Área 51? Isto estava de acordo com suas expectativas?
David: Nosso tráfego está sendo da ordem de dez vezes o nosso índice anterior desde que a cobertura da área 51 foi liberada. A resposta do público está sendo enorme –nós havíamos antecipado que deveria ser positiva, mas ficamos muito surpresos com a extensão da popularidade.

Vigília: Quem é o potencial consumidor das imagens da Área 51? E quais são os preços?
David: As imagens da Área 51 atraem o público em geral –pessoas que querem ver por elas mesmas o que realmente há lá. Os preços são bem razoáveis – você pode conseguir uma versão impressa de um local que você selecionar por menos de US$ 30.

Vigília: Que equipamentos produziram as imagens?
David: As imagens foram capturadas usando o satélite russo Kometa, e o sistema de câmeras KVR-1000. Para mais informações, por favor, veja http://www.spin-2.com.

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