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Opinião

A Imprensa e a Ufologia

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A relação entre a imprensa e a Ufologia tem sido tema recorrente nas listas de discussões por e-mail. Pesquisadores e interessados no fenômeno UFO constantemente trazem à tona o assunto; por vezes, não são poucas as queixas quanto ao tratamento que os veículos de comunicação dispensam a um acontecimento ufológico.
Cabe, contudo, alguma reflexão sobre essa relação. É fato que quase sempre a casuística ufológica assume forma caricata no noticiário. Exceções à parte, as informações sobre o aparecimento de um UFO ou a história de um suposto contactado são veiculadas de maneira incompleta ou com um caráter distorcido, prejudicando a compreenção e interpretação por parte do grande público e, pior, abalando a credibilidade da pesquisa e a seriedade do trabalho dos Ufólogos. Geralmente, um fato ufológico já divulgado acaba não retornando ao noticiário com informações conclusivas, resultado de análises mais profundas e científicas.
Claro que contribui para isso a presença, nas redações, de profissionais despreparados ou, pior, preconceituosos, como ocorre em quase todos os ramos de atividade, e não apenas no jornalismo. Porém, a própria Ufologia tem grande parte da responsabilidade neste procedimento. É preciso pôr fim à idéia ingênua de que o jornalista não vai querer divulgar exatamente aquele ponto pitoresco de um caso ufológico, a parte sensacionalista e mistificadora. Este é um recurso precioso para o veículo de comunicação, que, afinal, como toda empresa, vive da venda de seu produto. Assim, quanto mais curioso e chamativo for, melhor. E não se trata de uma regra que vale apenas para a Ufologia. Ela se aplica também à política, à economia, ao comportamento, enfim, a todos os ramos do conhecimento. Não vou aqui entrar no mérito da questão. Apenas funciona assim e pronto.
Exemplificar esse problema é fácil. Há pouco menos de um ano, depois de empresários de Brasília avistarem o que seria um objeto voador não identificado, a matéria saiu na imprensa mostrando inclusive o vídeo gravado por um policial militar. Na entrevista ao jornal televisivo, sentado em frente ao monitor que mostrava apenas uma luz intensa mas sem qualquer definição ou ponto de referência que denotasse algo incomum, o ufólogo foi taxativo: “definitivamente trata-se de um UFO de um tripulante e com objetivo de pesquisa”. Neste exato momento, milhões de telespectadores, com sorriso irônico, perguntaram: “como ele sabe disso”. E o fato não representou qualquer alteração no seu modo de encarar a vida.
Por mais que a imagem fosse comum para a Ufologia, não o era para o reporter que fez a matéria –e que não conhecia o assunto e nem tinha a obrigação de conhecê-lo– assim como não era comum para grande público. A declaração poderia estar baseada em todo um conhecimento prévio do tema Ufologia, num estudo comparado do que normalmente ocorre num caso como aquele narrado pelos empresários. Mesmo assim, seria necessária toda uma série de programas educativos na televisão mostrando e analisando toda a casuística antes que o ufólogo pudesse aparecer e fazer tal afirmação sem prejudicar a credibilidade da Ufologia.
Apesar de tudo, é possível utilizar-se desse processo em benefício do esclarecimento; mas todo cuidado é pouco. A comunidade ufológica tem que procurar colocar-se numa situação de domínio completo sobre as informações que divulga, formatando suas interpretações de maneira a não abrir espaço para declarações precipitadas e subjetivas. A imprensa trabalha com fatos e provas, não suposições. Quanto mais objetivo e concreto for o material nas mãos do ufólogo, melhor.
O mais famoso caso brasileiro, o “ET de Varginha” é também exemplo disso. Até hoje, para quem acompanhou a história pela imprensa, fixou-se a suposição da captura de apenas uma criatura. Mas não foi culpa do Fantástico. Realmente, os pesquisadores trabalham com versões mais completas, que dão conta da captura de dois, três e até quatro “ETs de Varginha”. Mas não foi possível expor à reportagem testemunhas ou evidências que sustentassem essa afirmação. E sem alguém que faça isso, a imprensa não pode interpretar por conta própria. Seria leviandade, até.
A questão é transmitir credibilidade à informação para que cada vez mais setores da sociedade passem a encarar o fenômeno UFO como o fato real e concreto que é, e, com isso, possibilite-se a analise multidisciplinar, oficial e transparente do tema. Por isso, divulgação planejada, com embasamento técnico e análise de especialistas, muitas vezes até ceticos quanto ao fenômeno, é fundamental. Só assim será possível quebrar a barreira da ridicularização que, se num passado recente talvez tenha se consolidado a partir de manobras governamentais, hoje caminha por conta própria, a cada nova declaração precipitada e sem sustentação.

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